A indústria de calçados Grendene, de Farroupilha, enviou um comunicado ao mercado nesta segunda-feira (31) negando relação com a compra de uma mansão para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Punta del Este, no Uruguai. O imóvel estaria avaliado em US$ 2 milhões.
Em nota, o empresário Alexandre Grendene Bartelle, presidente do Conselho de Administração, nega informação publicada na revista IstoÉ do dia 29 de outubro e no jornal uruguaio El País neste domingo (30), de que seria proprietário, por meio de uma offshore, da casa citada nas reportagens como sendo do ex-presidente. O comunicado reitera que ele nunca foi proprietário, direta ou indiretamente, do imóvel.
Conforme a reportagem do El País, a investigação foi iniciada em agosto. Segundo a publicação, o esquema seria semelhante ao adotado pelo petista para as outras propriedades utilizadas por ele no Brasil - em que os imóveis ficam registrados em nome de empresários amigos, como o tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia.
A Grendene também disse que não adquiriu a empresa Vulcabrás S.A. e que não recebeu empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para esta aquisição. Afirmou que a Vulcabrás pertenceu à companhia nos anos 1990 e, desde 2000, é uma empresa independente sem qualquer vínculo com a Grendene.
O comunicado diz ainda que a companhia fez algumas operações de financiamento de máquinas pelo sistema Finame, ligado ao BNDES, e de financiamento às exportações (EXIM), mas que todas as operações que fez em seus 46 anos de atuação seriam inferiores aos valores citados na matéria.
Segundo a IstoÉ, a Grendene obteve empréstimos subsidiados do Banco de Desenvolvimento, no valor de R$ 3 bilhões, que estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal de Novo Hamburgo. De acordo com a publicação, só para a compra da Vulcabrás, o BNDES emprestou R$ 314 milhões para a Grendene.
A matéria citou ainda que os irmãos Pedro e Alexandre Grendene participaram também, em 2008, de um negócio para implantação de usinas de açúcar e álcool no valor de R$ 1,8 bilhão, com dinheiro do governo.
Foto: reprodução / El País