A Polícia Civil trabalha com homicídio territorial como principal hipótese para a morte do jovem Marlon Roldão Soares, 18 anos, assassinado com pelo menos 20 tiros no saguão do Terminal 2 do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O crime aconteceu no final da manhã e provocou tumulto - o local estava cheio de fãs do Grêmio, que esperavam a chegada do novo treinador, Renato Portaluppi.
Marlon, que segundo familiares completou 18 anos hoje, se encontrava no aeroporto acompanhado do padrasto e de uma criança. Ele teria ido levar um amigo ao terminal. Dois homens que bebiam Coca-Cola numa mesa próxima se levantaram, sacaram pistolas e fuzilaram o rapaz, sem ligar para a presença de uma multidão no terminal. O crime foi presenciado por dezenas de pessoas, que correram. Uma enfermeira entrevistada por Zero Hora viu quando um homem bem vestido, com jaqueta de couro, levantou de uma mesa onde bebericava refrigerante, sacou uma pistola e caminhou até Marlon, efetuando disparos.
A Polícia Civil não sabe a motivação, mas suspeita de vingança contra Marlon, envolvendo sua atual namorada. Ele teria discutido com outro homem, por causa dela. Isso já foi confirmado.
– Tudo indica crime territorial, algo meio passional, mas não descartamos outras linhas de investigação. Vamos investigar a vida da vítima e dos que discutiram com ele – adianta o delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil gaúcha, que compareceu ao Salgado Filho para acompanhar as investigações.
Leia mais:
Jovem é morto a tiros no saguão do aeroporto
Jogador é executado em jogo de várzea
Três exemplos de uso de tecnologia contra o crime
O caso começou a ser investigado pelo delegado Gabriel Bicca, do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, e passou agora para o delegado Adriano Melgasso. A Polícia Federal (PF) deu apoio no isolamento do local.
Marlon era morador da Vila Ipiranga e circulava pela Vila Jardim, áreas vizinhas. Os policiais não descartam outras motivações para o crime. Essa região da cidade é sacudida por uma guerra de facções criminosas. O jovem teria começado a namorar uma garota que mora em território de gangue adversária à que controla a região de Marlon.
A perícia encontrou 20 cápsulas de calibre 9mm no chão do aeroporto, no local dos disparos. Isso indica que provavelmente duas pistolas foram usadas no crime – testemunhas ouvidas também falam que dois homens atiraram contra Marlon. O amigo da vítima deixou cair o ticket e sequer embarcou na viagem.
Os criminosos fugiram num carro Cobalt, pilotado por um terceiro homem. O veículo, clonado, foi abandonado a cerca de dois quilômetros do aeroporto, na Avenida Severo Dullius.