Nesta semana, descobri que mais de 200 mil gaúchos não têm o nome do pai no registro de nascimento. Óbvio que existe, na maioria das situações, o papel das guerreiras que enfrentam o mundo em uma jornada tripla de mãe, profissional e, quando podem, mulher. Jamais saberemos as renúncias feitas por elas para que estivéssemos lendo esse texto agora.
Mas os méritos das mulheres não absolvem a negligência dos homens que, na hora de fazer, foram participativos. Porém, na hora de assumir, correm achando que isso é malandragem. Por mais fortes que sejam as mães, os pais sempre farão falta, pelo papel que desempenham em nossas vidas. Por outro lado, não adianta ser pai no papel e sequer chegar junto com a grana da pensão.
Os homens que se enchem de cerveja e churrasco, cujo filho não tem um tênis, serão cobrados por Deus, podem ter certeza. Porém, além da justiça divina, as mães devem fazer com que os pais cumpram com as suas obrigações. Não por elas, mas pelos seus filhos.
Se, depois de muito papo, não conseguirem chegar a um acordo de como dar o melhor possível ao filho, joga na mão do "capa preta".
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Aperto no peito
Aos filhos que, nesse domingo, desviam o olhar das propagandas de Dia dos Pais, não clicam no links do Facebook falando da data por dar um aperto no peito, relaxem. Todo amor que nos foi negado deve servir de estímulo para alimentar o amor que daremos aos nossos pequenos.
Ter um Estado com 200 mil pessoas sem o nome do pai no registro é, no mínimo, indício de que há pessoas com valores distorcidos. Conversando com um amigo da Defensoria Pública, ele me disse que, ao contrário do que se pensa, não são só filhos de pobres que estão sem pai. Tem muito rico que foge da responsa. Isso prova que caráter não se carrega na carteira. Aos que são pais de verdade, um feliz dia!