Acostumado a noticiar a violência diariamente em seu programa na Rádio Santamariense, o radialista Paulo Sidinei Schmidt, que também foi vereador em Santa Maria, enfrenta a dor que muitas famílias já sentiram este ano na cidade. Ele é pai de Andressa Thomazi Schmidt, encontrada morta no porta-malas dentro do seu carro, na noite de segunda-feira. O comunicador diz que, na terça-feira, quando foi ao Posto Médico-Legal (PML) para a liberação do corpo para os atos fúnebres, recebeu a confirmação de que a filha apresentava sinais de esganadura no pescoço.
– Eu que trabalho todos os dias, que leio o noticiário, aquilo que o jornal traz, a gente nunca imagina que isso vá acontecer com a gente. E aqui em Santa Maria, com o assassinato da minha filha, é o 38º homicídio de Santa Maria. Pelo conhecimento que tive no PML, quando fui para liberar o corpo, não houve uma outra lesão a não ser a esganadura – complementa.
O delegado Gabriel Zanella, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Desaparecidos (DHD), que investiga o caso, diz que ainda não recebeu o laudo oficial com a causa da morte. No entanto, ele admite que a principal linha de investigação é de homicídio seguido por ocultação de cadáver. Na tarde desta quarta-feira, o advogado Antônio Carlos Porto e Silva foi nomeado por Schmidt para acompanhar as investigações como assistente de acusação.
O pai de Andressa conta que não tinha contato com a filha há dois ou três anos. Schmidt ajudou a criar a filha até os seis, quando se separou da mãe dela. Diz que nunca deixou de procurá-la, mas que as cobranças dele para que ela estudasse, não teriam sido bem aceitas por Andressa.
– Ela era minha filha, não gostaria que isso jamais tivesse acontecido. Ela sempre foi muito bem criada pela mãe, sempre teve tudo que quis na vida. Talvez essa cobrança a incomodasse. Cobrava para ela estudar, que tivesse uma vida regrada, com estudo, família – lembra.
Por fim, o radialista diz que confia no trabalho da Polícia Civil e também na Justiça. Schmidt diz que não sabe o que pode ter levado a morte da filha, e que deseja fazer essa pergunta quando o suspeito for preso.
– A família está consternada, a mãe está em estado de choque. Eu acredito na polícia e na Justiça, e sei que vão chegar ao autor. Eu gostaria de ver essa pessoa e perguntar o motivo pelo qual ela fez isso. É a única coisa que podemos pedir nesse momento, porque a vida dela não volta mais – desabafa.