A prisão de dois homens nesta quarta-feira apresentou novos contornos ao crime cometido em frente à boate Meet em 27 de março, quando uma mulher morreu e quatro pessoas ficaram feridas. Informações divulgadas após a prisão pela Delegacia de Homicídios assumem a identificação de cinco autores e o possível envolvimento de lideranças estaduais e municipais do PGC.
O círculo de suspeitos se fechou com as duas prisões desta quarta-feira. Um dos detidos foi identificado como Dimas, de 23 anos, morador do bairro Jardim Iririú. O outro pode ser o responsável pelo início da discussão que levou aos disparos que atingiram acidentalmente Juliana Maria Cidral, 32 anos. Ele foi identificado pela polícia como "o Advogado", tem 26 anos e é morador do bairro Boa Vista.
- Desde o início das investigações, trabalhamos com a hipótese de que os tiros não eram para a vítima, que foi um caso de bala perdida, mas precisávamos entender o que havia acontecido - afirmou o delegado Fabiano Silveira.
Os acontecimentos daquela noite tiveram início por volta das duas horas, quando o real alvo dos disparos discutiu com "o Advogado". Na briga, o primeiro teria dito que era simpatizante do PCC, enquanto o segundo o confrontou dizendo que era advogado do PGC. Com a discussão, um deles foi colocado para fora da casa de festas, mas continuou fazendo ameaças ao suposto advogado do PGC, que permaneceu na área interna da boate.
- Testemunhas e seguranças viram este rapaz indo na área de fumantes e fotografando seu desafeto, que estava do lado de fora, e depois telefonando e trocando mensagens com o mundo exterior - relatou o delegado.
Por volta das 4 horas, o "Advogado" saiu da boate e às 4h22 começaram os disparos. Ele não teria sido autor dos disparos, mas durante as investigações, a Delegacia de Homicídios identificou quatro envolvidos. Eles teriam se reunido na calçada em frente à Meet, no outro lado da rua, e aguardaram o jovem que havia discutido dentro da festa. Nos disparos, no entanto, atingiram não apenas o rapaz com um tiro de raspão, mas também dois seguranças, Juliana e uma amiga - as mulheres haviam saído da festa e esperavam um táxi para irem embora.
O primeiro preso, identificado com a alcunha "Periquito", foi em 4 de abril, após ser encontrado em um Monza verde, onde foram encontrados uma pistola 9 milímetros, dois carregadores e uma pequena quantidade de crack. A arma passou por exame de balística e o laudo indicou que era a pistola usada no crime. Como, na residência dele, também foram apreendidos quatro rádios comunicadores, uma balança de precisão e relógios, o homem foi denunciado por tráfico de drogas e porte de armas e está no Presídio de Joinville.
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Outros dois homens que participaram do crime foram mortos nos últimos cinco meses: Douglas Mike Correia, 26 anos,foi morto no início da tarde do dia 3 de abril, no bairro Fátima; enquanto Robson Schadt, 38 anos, morreu no último dia 24, e foi encontrado com os pés e mãos amarrados em uma das margens da estrada do Oeste, em Pirabeiraba.
Jovem foi preso em frente ao escritório onde estagiava
O provável mandante do crime, o "Advogado", foi detido às 13h50 em frente ao escritório de advocacia onde estagiava, na rua João Colin. Ele afirmou à polícia que, além de estagiário de Direito, era pregador, auxiliando pastores em cultos, e atuava em campanhas políticas de candidatos a vereadores da cidade. Ao ser interrogado, negou a participação no crime.
- Para nós, ele é o principal suspeito de ter encomendado a morte de seu desafeto - disse o delegado Fabiano.
Os cinco envolvidos foram indiciados por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e quatro por tentativa de homicídios a cada uma das vítimas feridas.
Material apreendido pela polícia dentro do carro do primeiro suspeito preso (Foto: Divulgação)
Segurança
Dois homens são presos por crime que matou mulher em frente à boate, em Joinville
Motivação dos disparos que atingiram outras quatro pessoas podem ter envolvimento de facções criminosas
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