Ao fim da primeira audiência criminal do processo relativo a Operação Palco, na quarta-feira, dois dos 12 réus tiveram a liberdade provisória concedida pela Justiça. Cíntia Silveira da Silva, uma das aliadas de José Carlos dos Santos, o Seco, seria responsável por fazer a movimentação financeira do grupo. José Laureci dos Santos, que mora no Beco da Tela, local que chegou a ser dominado pela facção Bala na Cara, e que também faria parte do crime, também foi libertado. Os três citados, junto com Edson Marcos Rosa da Silva, o Tucano, e outras oito pessoas, são acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Os pedidos foram feitos pelos advogados deles, Paraguaçu Soares Neves Júnior e Sérgio Lima, respectivamente. O promotor Rodrigo de Oliveira Vieira deu parecer favorável, e a liberdade foi decretada pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada, que conduz o processo. No entanto, outros três réus, os irmãos Magnum Padilha e Cláudio Padilha, e Gleber da Silca, companheiro de Cíntia, tiveram a libertação negada pelo Ministério Público.
_ Entendi que são figuras menores (Cíntia e José) no esquema criminoso, e já estavam presos. Ele, especialmente, há quase um ano. Pelo todo, não haverá menor prejuízo ao processo. Quanto aos outros, não concordei porque a prova demonstra que eles são figuras de um grau maior no crime e tem um potencial de periculosidade maior. Por isso, devem permanecer presos _ explica o promotor.
Os defensores dos dois réus libertados comemoraram a decisão. Eles também pediram a reunião desse processo e de outro, em que Seco e Tucano respondem pelo mesmo fato, e que integram a mesma investigação.
– A audiência serviu justamente para provar o meu cliente é totalmente inocente, tanto é que fundamentei meu pedido de liberdade nisso. Ele não tem nenhum vínculo com o Seco nem com o Tucano – afirma Lima.
– Eles não tem que ser acusados duas vezes, se todo mundo é do mesmo grupo, como acusam. Por isso pedimos a reunião dos processos. E volto a afirmar, os meus clientes não têm vinculação com facção nenhuma – declara Paraguaçu, que defende Seco, Tucano e outros quatro réus.
O promotor rebate, dizendo que, obviamente, os acusados não confirmariam que são integrantes da facção Bala na Cara:
– As testemunhas confirmaram o passo a passo de toda a investigação, e demonstraram que se tratava de uma máfica que visava se incrustar em Santa Maria com a marca dos Bala na Cara. Não havia a menor expectativa que eles admitissem integrar essa organização – completa.