A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) reiterou hoje a promessa de criar mais vagas em casas em albergues na Região Metropolitana e ampliar o serviço de monitoramento eletrônico para tentar aplacar a crise do regime semiaberto.
O descalabro do semiaberto é tema de série de reportagens produzida em conjunto por ZH, Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha e RBS TV, revelou deficiências do sistema em situação falimentar, apelidado pelas forças policiais de "sempre aberto", em razão da superlotação, fugas e descontrole que permite condenados ficarem em casa e propícios à reincidência criminal.
Conforme a superintendente da Susepe, Ane Stock, a instituição finaliza projetos de construção de seis novas unidades do semiaberto que somam mil vagas. O prazo ainda não foi definido, mas assim que forem autorizadas as obras, elas serão concluídas em oito meses.
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A superintendente também lembrou que serão disponibilizadas em breve 120 vagas no Instituto Penal Padre Pio Buck (já teve 300 presos, está fechado desde 2009 e foi reformado com verba do Judiciário). A ocupação depende da transferência da central de monitoramento eletrônico de presos do Pio Buck para outro local. As seis novas unidades e a reabertura parcial do Pio Buck constam de promessa da segunda fase do plano estadual de segurança pública, apresentado no final de junho, do qual constam ainda a recuperação de outras 430 vagas do semiaberto.
Além de espaços em albergues, a Susepe anunciou a ampliação da vigilância eletrônica à distância de apenados. Mesmo existindo casos de presos bloqueando o sinal com papel alumínio, a superintendente afirma que eles são identificados e que isso "não é motivo para não apostar na ampliação do sistema".A ideia é aumentar para 2,5 mil o contingente de presos monitorados por meio de tornozeleiras. Atualmente são 1,5 mil.
– A reincidência entre apenados com tornozeleira chega a 10% enquanto no sistema tradicional é de 70%. Além disso, o custo de um preso monitorado é de R$ 800, enquanto o recolhido é de R$ 2,5 mil mensais – afirma Ane.