A Polícia Civil indiciou Bruno Laurindo Borges, 24 anos, pelo crime de latrocínio. Ele é suspeito de ter assassinado a facadas a relações públicas Shelli Uilla da Rosa Vidoto, 27 anos, na noite de 8 julho durante um assalto o bairro Dores, Santa Maria. A pena para este crime varia de 20 a 30 anos de prisão. Ele também responde pelo crime de corrupção de menores, que prevê de 1 a 4 anos de prisão.
A finalização do inquérito e o indiciamento foi anunciado pelo delegado responsável pelo caso, Laurence de Moraes Teixeira, durante uma coletiva de imprensa na Delegacia Regional de Santa Maria, na manhã desta segunda-feira. O inquérito será remetido à Justiça.
Já a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) deve apurar, até o final desta semana, a responsabilidade da adolescente de 15 anos que aparece nas imagens junto do suspeito na noite do crime. A intenção é averiguar se ela foi co-autora ou somente estava acompanhando Borges. Segundo a investigação, a adolescente morava junto com Borges. Eles não têm nenhum grau de parentesco e, segundo a polícia, não mantinham relacionamento.
O jovem foi preso dia 15 deste mês, após uma semana de investigação. Conforme a Polícia Civil, na noite do crime, o suspeito e uma adolescente de 15 anos estavam na Rua Bento Gonçalves quando avistaram Shelli sozinha do outro lado. Os dois atravessaram em direção a ela. Shelli foi empurrada contra a parede e ferida com três golpes de faca que teriam sido desferidos pelo suspeito. Ele e a adolescente saíram correndo com a bolsa da jovem que, mesmo ferida, foi atrás deles. Não se sabe o que aconteceu depois.
No dia 11, uma denúncia junto à Brigada Militar (BM) levou a Polícia Civil até documentos e outros pertences de Shelli, como um molho de chaves. Os objetos estavam em uma lixeira próxima do campo do Paysandu. No dia 15, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no bairro Menino Jesus, com o objetivo de localizar os demais pertences roubados de Shelli. Testemunhas foram conduzidas para prestar depoimento junto à delegacia.
Após latrocínio, BM promete antecipar ação para frear a violência nas ruas
O delegado aponta que a investigação levantou provas que resultaram no pedido de prisão do jovem à Justiça, que homologou o mandado que foi cumprido no bairro Menino Jesus nesse dia. O suspeito foi preso e encaminhado à Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). A adolescente está sob os cuidados do Conselho Tutelar. A polícia acredita o suspeito estava sob o efeito de entorpecentes no momento do crime.
Para polícia, Shelli não tomou as facadas porque reagiu
Na última semana, o primeiro pedido de liberdade, impetrado por meio de uma liminar de urgência (pedido avaliado em 24 horas) feito pela defesa de Borges, foi negado pela Justiça. Ele é defendido por Sérgio dos Santos Lima e Wedner Costódio Lima. Os advogados são taxativos em dizer que o suspeito nega ser o autor do crime.
– A família traz informações totalmente diferentes daquilo que o delegado passou. A adolescente estaria com a tia que é responsável por ela, na delegacia, mas não pôde acompanhar o depoimento. Uma série de testemunhas também foram apontadas dizendo que estavam com ele (suspeito) em outro lugar. Há a possibilidade também de que essa adolescente tenha distúrbios mentais. Mas vamos verificar o processo e ver tudo o que foi produzido até então – adianta Wedner.
Eles adiantam que devem pedir, durante a fase processual, uma perícia na imagem das câmeras de segurança que mostram o momento em que Shelli é atacada.
– A pessoa que aparece nas imagens não é o Bruno. A perícia pode identificar traços e mostrar se são semelhantes ou não com os do nosso cliente – complementa Wedner.
Borges está preso em uma cela de isolamento, na Galeria A do módulo 2 da Pesm, onde ficam apenados incompatíveis com o restante dos presos, a pedido da Justiça ou por necessidade expressa de segurança, tais como estupradores, crimes contra crianças e de repercussão.