Carlos Rollsing / Rio de Janeiro
Lâminas negras ou verde musgo pairam sobre a água. Lixo, odor forte, borbulhas na superfície. Quando o biólogo Mário Moscatelli lança o remo em direção ao solo, percebe-se que a profundidade não passa de 20 centímetros. O fundo está tomado por esgoto e sedimentos. Moscatelli remexe por debaixo do manancial e traz, na pá do remo, uma amostra da realidade do sistema lagunar da Barra e de Jacarepaguá, no Rio. O solo se tornou um mar de lama escura e pastosa, resultado do longo processo de decomposição dos detritos lançados naquelas lagoas. A ação do remo no fundo da água provoca borbulhar intenso, como se aquilo tudo fosse um caldeirão escaldante.
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