Pelo menos até sexta-feira, a pré-candidatura de Vieira da Cunha (PDT) à prefeitura de Porto Alegre ganhou fôlego. Foi esse o prazo pedido pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para tentar construir nacionalmente uma aliança que fortaleça a chapa, com melhor tempo de propaganda no rádio e TV. Em reunião-almoço na casa de Vieira nesta terça-feira, Lupi ouviu relatos sobre a dificuldade do partido para encontrar aliados e afirmou que buscará aproximação com o PSDB por costuras no plano federal.
O PSDB tem Nelson Marchezan como pré-candidato, mas os pedetistas acreditam que ele poderá declinar da disputa.
- Foi levada a informação de que o Marchezan tem chance de desistir. O Lupi pediu o prazo até sexta para tentar a aliança pela via nacional - relatou uma liderança da sigla que participou da conversa.
Sem citar siglas nominalmente, Vieira confirmou a estratégia de Lupi.
- Ele quer ajudar a trazer para a nossa aliança partidos que possam ter interesse no nosso apoio em outros colégios eleitorais - explicou.
Na reunião, que teve churrasco no cardápio, os pedetistas analisaram as demais hipóteses de aliança. O PP, que adiou a sua decisão para a próxima segunda-feira, avalia apoiar Sebastião Melo (PMDB), Nelson Marchezan (PSDB), Maurício Dziedricki (PTB) ou Vieira. A preferência da sigla é por Melo, mas, caso o peemedebista não ceda a vaga de vice, crescem as chances dos demais, sobretudo de Marchezan.
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O PR também foi contatado, mas existe dificuldade porque o deputado federal Giovani Cherini, que assumiu a presidência estadual da sigla, foi recentemente expulso do PDT por decisão de Lupi. O motivo: ter votado a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Vieira buscou aproximação com o PC do B, mas a sigla deve optar, nesta quarta-feira, pela parceria com Raul Pont (PT).
- Tivemos contatos, mas não conversamos ultimamente com o PC do B - diz Vieira.
Se fracassar a costura nacional de Lupi por uma aliança, o PDT terá de optar entre manter a candidatura própria, mesmo em condição de isolamento, ou desistir e apoiar outro nome. Contando com a desistência do pedetista, o PMDB de Melo resiste em ceder a vaga de vice a outros partidos.
Vieira afirmou que Lupi manteve a promessa de apoiar a sua eleição com recursos do fundo partidário.
- Como temos partidos importantes que ainda não tomaram decisão, não há condição de ter uma conclusão sobre o processo. Estamos na expectativa da decisão do PP e do próprio PR. Existem tendências, mas às vezes, na política, elas não se confirmam. O consenso que tivemos na reunião foi de que a nossa candidatura é a mais competitiva da base do atual governo - diz o pedetista.
Na segunda-feira, Vieira se reuniu com o presidente estadual do PP, Celso Bernardi, para pedir empenho na construção de aliança. Outra esperança é contar com o apoio da Rede.
O PDT também está preocupado com a eleição proporcional. A avaliação é de que a nominata do partido enfraqueceu em comparação com 2012 e, agora, é necessário buscar alianças para não perder terreno na Câmara.