Um dos 50 investigados na Operação Hashtag por planejamento de atos terroristas na Olimpíada é gaúcho. A informação foi confirmada por fontes da Polícia Federal (PF).
Ele é um dos 10 presos na ação da PF e foi levado de Pelotas a Curitiba, de avião da empresa Azul, às 12h. É um jovem de 26 anos, morador de Morro Redondo, cidade próxima a Pelotas. Ele teria participado de chats nos quais é pregada adesão ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e também teria jurado lealdade a essa organização muçulmana radical.
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O grupo de jovens espalhado pelo Brasil teria se conhecido através de um site denominado Nashir Português, que é uma referência à agência de notícias utilizada pelo Estado Islâmico para publicar seus manifestos, a Nashir News Agency.
O grupo de aspirantes a terroristas se denomina Defensores da Sharia. Entre os participantes do chat estão pessoas do Amazonas, do Ceará, da Paraíba, de Goiás, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Mato Grosso, do Paraná e do Rio Grande do Sul. As investigações estão a cargo da Divisão Antiterrorismo da PF (DAT).
Os suspeitos utilizavam apelidos árabes (no lugar de seus nomes verdadeiros) e faziam exaltação a atos terroristas recentes, conforme a PF. Alguns alegavam possuir armas.
A ação da PF se enquadra nas regras modernas de combate ao terrorismo, mais rígidas e que se preocupam em antecipar movimentos radicais. Para conseguir provas, policiais federais se infiltraram no grupo, fingindo ser simpatizantes do EI. Aí conseguiram trocar mensagens com os suspeitos.
O Ministério Público Federal ressalta que, embora se tenha constatado indícios de atos preparatórios pelo grupo, não houve notícia de atos concretos para a realização de ataque terrorista. Segundo o procurador da República responsável pelo caso, Rafael Brum Miron, "as provas colhidas até o momento possibilitam o enquadramento dos investigados, no mínimo, nos tipos penais que estipulam 'promover' ou 'integrar' organização terrorista como crime".
Entre as principais provas identificadas até o momento há uma comunicação eletrônica na qual um dos integrantes do grupo conclama interessados a se organizarem para prestar apoio ao Estado Islâmico, com treinamento já em território brasileiro. Foram também identificadas mensagens relacionadas a possibilidade de se aproveitar o momento dos Jogos Olímpicos para a realização de ato terrorista.
O processo tramita em segredo de Justiça, a fim de assegurar o êxito da operação e a eventual obtenção de novas provas. É por isso que não foram revelados nomes dos investigados.