O Hospital São Lucas da Puc-RS, na Capital, está com o serviço de hemodiálise suspenso desde o dia 15, depois de confirmar a presença de cloro em excesso na água utilizada na máquina de tratamento. A substância estava causando anemia nos pacientes com insuficiência renal e que fazem hemodiálise. Até que a situação seja resolvida, eles continuarão o tratamento em clínicas de Porto Alegre.
Apesar de confirmar que o excesso de cloro foi responsável por causar anemia em pacientes da hemodiálise, a instituição não informou quantas pessoas foram afetadas nem de que forma elas estão sendo tratadas. A entidade se limitou a responder que o serviço de hemodiálise está previsto para retornar nesta semana.
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De acordo com o engenheiro químico e diretor de tratamento e meio ambiente do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Marcelo Gil Faccin, procurado pelo hospital, o Dmae realizou estudo técnico na entrada e na saída do sistema utilizado pelo São Lucas e concluiu que a causa do problema foi a troca de um cartucho de carvão ativado da máquina utilizada para filtrar a água.
A água utilizada na hemodiálise tem o papel de filtrar o sangue e, embora seja fornecida pelo Dmae, deve passar por um processo de filtragem.
– O hospital utiliza um filtro baseado em carvão ativado e sistema de osmose reversa para tratar a água e fazê-la atender aos requisitos para a hemodiálise. O carvão ativado remove o cloro e, neste caso, ele não estava sendo eficiente, por isso a substância foi encontrada – esclarece Marcelo.
Ele conta que o Hospital Ernesto Dornelles, o Hospital Vila Nova e a Sociedade Gaúcha de Nefrologia também procuraram o Dmae para pedir testes na água utilizada no procedimento de hemodiálise. Ele explica que isso ocorreu depois que as instituições souberam da interrupção do tratamento no São Lucas e afirma que não foi encontrada alteração na água destes locais.
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Consumo humano
O diretor destaca que, devido às reclamações dos moradores de Porto Alegre a respeito do gosto e o odor da água, houve um pensamento equivocado por parte da população de que o departamento estaria utilizando cloro para acabar com os problemas.
Segundo ele, a única medida realizada para isso foi a adição de dióxido de cloro nas estações de captação, mas garante que a substância não gera resíduo na distribuição da água. Marcelo justifica que o limite de cloro permitido na água que opera na saída das estações de tratamento do Dmae cumpre as exigências do Ministério da Saúde:
– A água do Dmae atende a todos os requisitos para consumo humano. Cabe aos hospitais, através de equipamentos, fazer com que a água atenda aos requisitos da Anvisa.
Produção: Carolina Lewis e Karine Dalla Valle