Uma escola de São Gabriel, na Fronteira Oeste, está enfrentando dificuldades para alimentar os alunos. Os cerca de 270 estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ataliba Rodrigues das Chagas, no interior do município, fazem apenas uma refeição por dia, e sem a quantidade de alimentos necessária. Além disso, parte deles está sem água há 11 dias.
Segundo funcionários do local, grande parte dos alunos são de assentamentos da região e enfrentam situações de vulnerabilidade. Como a escola fica no interior do município, em Batovi, a maioria deles chega cedo – e o que está disponível para o café da manhã é uma xícara de café preto e quatro bolachas. Eles saem da escola ao meio-dia, sem almoço. Já a turma da tarde almoça, mas sai sem café da tarde.
A verba mensal para a merenda escolar é de cerca de R$ 1,5 mil, o que dá uma média de menos de R$ 6 por aluno por mês. Os funcionários explicam que, quando a escola era municipal, a refeição era razoável. Depois, quando passou a ser estadual, em 2013, o valor passou a ser menor, dificultando a manutenção da merenda.
Além do prédio principal, a escola tem três anexos que ficam em assentamentos. O que fica em Itaguaçu está sem água há onze dias, já que não foi feito o pagamento da energia elétrica que mantém o poço funcionando. Há receio de professores porque o município tem muitos casos da infecção mão-pé-boca, virose que atinge principalmente crianças, e de mortes por Gripe A.
Professores, alunos e pais fizeram manifestação no início da semana. A vereadora Sandra Xarão (PT), da Comissão de Direitos Humanos, conversou com funcionários, que relataram os problemas. Ela afirma que fez contato com o Ministério Público e que tenta agendar reunião com a Secretaria Estadual de Educação e com a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. A reportagem não teve retorno da 19ª Coordenadoria Regional de Educação.