Ser ou não ser? Ninguém escolhe sua orientação sexual, mas cada pessoa opta por assumi-la ou não perante a sociedade. Porém, além do processo de aceitação interno existem outras preocupações. Enfrentar discriminação, preconceito e intolerância. Sentimentos que podem motivar atos violentos e criminosos, como o ocorrido no último domingo, em Orlando, nos Estados Unidos, quando um atirador invadiu uma boate gay e matou 50 frequentadores do local. Nesse contexto de diferentes tipos de violência, muita gente recua e deixa de ser como gostaria de ser.
Com o objetivo de auxiliar pessoas em processo de autoaceitação a se encorajá-las a ser o que quiser, os alunos do sexto semestre do curso de Publicidade e Propaganda da Unifra Pâmela Mello, Priscila Vaccari, Thales Silveira e Raíssa Grígolo criaram o Projeto Seja. O desafio, proposto em aula, era escolher uma causa com que eles se identificassem e quisessem defender. Também era necessário selecionar uma instituição local engajada à causa escolhida para colocar o projeto em prática.
O Coletivo Voe, que atua nas causas GLBT em Santa Maria, foi o eleito como parceiro.Para levar sua mensagem ao maior número de pessoas possível, os acadêmicos criaram uma página no Facebook (facebook.com/ProjetoSejapp) para postar as peças da campanha. Na página, histórias reais, contadas por pessoas reais. Cada uma fala sobre dificuldades, superação, respeito e a felicidade de ser quem é. Após as primeiras histórias serem postadas, a reação do público foi positiva e surpreendeu os criadores.
– No início, chegamos a pensar que pudessem surgir comentários negativos ou homofóbicos nas postagens, mas aconteceu justamente o contrário. A aceitação foi muito grande e imediata. Foram muitas curtidas, comentários, compartilhamentos e mensagens de pessoas apoiando, elogiando o projeto e pedindo que seguíssemos adiante – revela Priscila, que garante que é gratificante e inspirador para o grupo ver tanta gente unida em nome de uma causa que tem o amor como centro de tudo.
Além da criação da fanpage no Facebook para a divulgação da campanha, os alunos criaram um varal com fotos e frases fixados nos espelhos dos banheiros da Unifra. O objetivo da ação é chamar a atenção para a campanha e sensibilizar as pessoas a respeitar a diversidade.Ainda este mês, o Projeto Seja deve participar de atividades alusivas ao Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado dia 28, ao lado do Coletivo Voe.
Na atividade, ainda sem data definida, eles devem falar e expor os resultados do Projeto Seja. Enquato isso, os acadêmicos seguem produzindo e postando os vídeos-depoimentos na página do projeto no Facebook.
Seja e Voe...
O Coletivo Voe, parceiro do Projeto Seja, acredita que o empoderamento da minoria LGBT, como forma de luta e encorajamento, pode transpor as barreiras do preconceito para que as pessoas assumam quem elas realmente são e sintam orgulho disso. Em mensagem enviada ao Diário 2, o Coletivo ressaltou: “Sabemos que antigamente ser LGBT assumido era muito mais complicado. Mas, ainda hoje, estamos vivendo em um sistema LGBTfóbico, no qual o preconceito permeia todas as instâncias da sociedade. Por isso, é difícil encarar a sociedade. O atentado em Orlando é um exemplo disso. Acreditamos que o trabalho do Seja, vem no sentido de um LGBT colaborar, através do relato de vivências, para fortalecer o empoderamento da minoria.”
Como participar:
Curtindo, compartilhando e comentando as peças publicadas na página facebook.com/ProjetoSejapp. Você também pode compartilhar sua história relatando sua experiência de aceitação. Basta entrar em contato, por mensagem, na página do Facebook