A falta de ações para prevenir doenças mentais e suas consequências motivou o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a pesquisar os prejuízos econômicos gerados pelo problema e a alertar para a necessidade de soluções. Um dos colaboradores do relatório global Out of he sha A falta de ações para prevenir doenças mentais e suas consequências motivou o Banco Mundial (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a pesquisar os prejuízos econômicos gerados pelo problema e a alertar para a necessidade de soluções. Um dos colaboradores do relatório global
Marquez, que já atuou no Brasil, América Latina, África, Ásia e Europa como representante do Bird na busca de soluções para problemas como Aids, Ebola e doenças da mente, afirmou que governos e empresas precisam montar estruturas que possam atender a essas demandas.
Por que vocês decidiram calcular os impactos das doenças mentais para o Bird e FMI?
Nós organizamos em abril, como parte da reunião de primavera do Bird e do FMI, um evento global de saúde mental para colocar esse problema como um tema do desenvolvimento, não só de saúde. Estimamos o impacto econômico e social da falta de ação para confrontar os problemas de saúde mental em diferentes âmbitos, incluindo o laboral. Estimamos o custo econômico da baixa produtividade, absenteísmo e, em alguns casos, até de mortes prematuras resultantes das condições adversas em lugares de trabalho e dentro da comunidade. Alertamos que este tema deveria ser abordado como parte da agenda do desenvolvimento global, tentando incluir o tema saúde mental em todos os programas de respostas a populações desprezadas como os refugiados na Europa, especialmente em países como Jordânia e Líbano que estão recebendo mais sírios.
Qual é a relevância desse tema para o desenvolvimento?
Temos que buscar o desenvolvimento inclusivo, reduzir problemas de incapacidade física e incapacidade mental, priorizar a educação como ponto de entrada do mercado de trabalho porque a quarta revolução industrial, a indústria 4.0 está aí. Países que não investem no capital de cérebros serão atrasados, todas as tecnologias novas requerem a migração da manufatura para o conhecimento.
Qual é o custo das doenças mentais para a economia mundial?
O tema central é que e o custo da saúde mental é estimado em US$ 2,5 trilhões por ano no mundo, o equivalente a 4% do PIB mundial. E se estima que para o ano de 2030, se não for feita nenhuma ação de prevenção, esse custo chegará a US$ 6 trilhões. Cerca de 55% do custo econômico da baixa produtividade está sendo absorvido por países de baixo ou médio desenvolvimento.
O que fazer para prevenir problemas de saúde mental?
Saúde mental não é apenas um problema puramente médico. Temos que ver a origem. A Colômbia, por exemplo, tem 7 milhões de refugiados internos. Como apoiar a Colômbia como parte de acordos de paz para que essas pessoas se reintegrem? Elas precisam ter um apoio psicossocial para dar respostas a problemas causados pela violência e pela insegurança com o conflito. O mesmo ocorre com os refugiados na Europa. As pessoas chegam com ansiedade, o drama pós-conflito e deveriam ser ajudadas.
Como as empresas podem trabalhar isso?
As empresas devem buscar opções sobre como criar condições de trabalho que minimizem o estresse laboral, que facilitem o melhor balanço entre a vida pessoal e o trabalho. Também devem criar condições para que as pessoas tenham acesso a serviços de psicologia ou médico para resolver os problemas e evitar que se tornem mais crônicos. Além disso, é preciso criar ambientes saudáveis em todas as escolas. O problema do alcoolismo na América Latina, por exemplo, é sério.
Por que o estudo alerta também para cuidados com as crianças?
O problema pode começar na gestação. Temos alcoolismo, conflitos sociais e outros. Essas ações externas afetam o desenvolvimento psicomotor do feto. Aumenta o risco de nascimentos de crianças com baixo peso, diabetes tipo 2 e limitações cerebrais.