Diante da rejeição dos municipários às propostas encaminhadas na negociação para dar fim à greve, a prefeitura de Porto Alegre decidiu nesta segunda-feira impor o pagamento da reposição salarial de 9,28% em quatro parcelas a partir da folha de julho. Os servidores do município vão receber o reajuste de 1,2% retroativo a maio, 2% em outubro, 4,2% em dezembro e 1,6% em janeiro de 2017. A categoria vai se reunir na tarde de terça-feira em assembleia na Casa do Gaúcho para discutir os rumos da paralisação.
– Vamos reavaliar o cenário. O que houve por parte do governo não foi uma nova proposta. Isso já tinha sido apresentado anteriormente e rejeitado pelos servidores – afirma a diretora do Sindicato dos Municipários (Simpa), Carmem Padilha.
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Ao anunciar a reposição nesses moldes, o prefeito José Fortunati voltou atrás na decisão de encerrar a negociação com os sindicalistas, anunciada na semana passada e reforçada na manhã dessa segunda-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha. Na ocasião, Fortunati disse que o governo negociou, mas que a proposta levada à mesa na quinta-feira passada "era a última que o poder público poderia apresentar, em face das dificuldades financeiras". Horas depois, o prefeito recuou.
– Depois de refletir bastante e de receber dezenas de e-mails de servidores, cobrando a concessão da nossa terceira proposta, achei que a maioria não poderia ficar prejudicada pela postura intransigente de uma minoria. E resolvi conceder a reposição pelo terceiro cenário apresentado pelo Simpa, que havia sido o mais bem recebido pela categoria – explicou.
Os municipários pleiteavam a reposição integral da inflação, retroativa a maio, ou o pagamento de todo o reajuste ainda em 2016. Sob a alegação de que não poderia garantir a quitação da folha em dia se concedesse o que pretendiam os funcionários, a prefeitura ofereceu três alternativas ao sindicato, mas a categoria não aceitou nenhuma das propostas.
Além da reposição nesses termos, a prefeitura anunciou que manterá o corte do ponto dos grevistas, que já consta na folha de julho, e que o vale-alimentação terá o valor reajustado para R$ 20,22. Os municipários queriam que fosse de R$ 25