A Trensurb anunciou que multou o consórcio responsável pela construção dos novos trens em R$ 2,4 milhões – valor é referente a 1% do total do contrato de aquisição dos veículos. Com infiltrações, a frota de R$ 242 milhões foi retirada de circulação para recall na semana passada.
Segundo o consultor especial da Trensurb, Carlos Augusto Belloli, este tipo de medida está prevista em caso de caso de descumprimento contratual.
– No momento que o descumprimento deste cronograma inviabilizou que os novos trens fossem disponibilizados para a população caracteriza-se então descumprimento contratual, que permite a aplicação da multa prevista – revela Belloli.
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No fim do mês passado, eles foram retirados de circulação após a identificação de um problema nos rolamentos de um veículo. Um fechamento lateral poderia permitir infiltração de água. Para evitar um dano maior nestes rolamentos, desde então, os 15 trens não estão circulando, pois todos apresentam o mesmo defeito.
O consórcio FrotaPOA, formado pelas empresas Alstom e CAF, é o responsável pela construção dos veículos. Eles já apresentaram um cronograma de conserto e a expectativa é que o primeiro seja consertado ainda neste mês.
Além da multa, a Trensurb informa que irá cobrar do consórcio todo o valor gasto a mais com a utilização dos veículos antigos, já que eles terão que passar por maior revisão e manutenção. Além disso, eles consomem mais energia que os modelos novos.
Como a Trensurb ainda tem um saldo a pagar pelos novos veículos, a multa e os gastos extras serão abatidas deste valor. Cada novo trem custou R$ 14,7 milhões. O contrato para fabricação dos novos veículos foi assinado em novembro de 2012. A vida útil mínima das composições deve ser de 30 anos.
O Ministério Público Federal (MPF) de Novo Hamburgo instaurou inquérito civil para investigar a causa da paralisação dos novos trens adquiridos pela Trensurb. O procurador da República Celso Antônio Tres pediu ao presidente da Trensurb, Humberto Kasper, um relatório das paralisações e a descrição técnica, assim como a cópia dos contratos de aquisição, garantia e manutenção das novas unidades. O objetivo é analisar as responsabilidades pelo mau funcionamento destes trens novos.