Pernambucano de nascimento, Romero Jucá fez carreira política em Roraima, onde já foi governador e se elegeu como senador três vezes. Apesar da formação em economia, pouco atuou na área, passando a maior parte da vida ocupando cargos públicos. Em 1986, aos 32 anos, assumiu a presidência Fundação Nacional do Índio (Funai) de onde saiu para governar o recém-criado estado de Roraima entre 1988 e 1990 por nomeação do presidente José Sarney.
Há 22 anos ocupando uma cadeira no Senado, o político é conhecido pelo perfil articulador, sendo líder de governo na Casa durante os mandatos de Fernando Henrique,Lula e Dilma. Distante da ala de Renan Calheiros (PMDB -AL) no Congresso e próximo ao presidente interino, Michel Temer, Jucá foi um dos primeiros políticos do partido a defender um desembarque do governo, ainda em 2014, antes da campanha de reeleição.
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Já afirmou não ter votado em Michel Temer "porque para isso teria que votar na presidente Dilma" e garante ter apoiado Aécio Neves nas urnas.Durante os mais de 30 anos de vida pública, Jucá coleciona uma lista intensa de acusações. No governo Sarney, à frente da Funai, foi acusado de cobrar propina para permitir exploração ilegal de madeira em terras indígenas.
No governo Collor, foi acusado de desviar à sua fundação dinheiro federal destinado a "ações sociais". Nos governos FHC e Lula, já como senador, foi acusado de comprar votos, de dar calote em bancos públicos, de receber propina de empreiteiras e de fazer caixa dois, mas nunca condenado. Em 2010, foi um dos principais opositores ao Projeto Ficha Limpa. Jucá é um dos políticos citado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O Supremo abriu mais um inquérito contra ele em abril na Operação Zelotes, que investiga venda de emendas a medidas provisórias relacionadas ao setor automotivo editadas pelo governo federal. Segundo o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Jucá recebeu apoio político para continuar no cargo em troca de propina.