Quem está pensando em fazer um sopão de legumes, refogado ou saladinha para não descuidar da alimentação saudável nos dias frios, deve escolher bem os itens que irão para o prato. No comparativo semanal elaborado pela Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), divulgado nesta quarta-feira, 21 produtos (dos 35 analisados) aparecem em alta.
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Desta vez, foram os dias frios que prejudicaram as lavouras no Sul do país, diminuindo consideravelmente a oferta de produtos – nesta semana, em alguns momentos, a Ceasa chegou a ficar desabastecida – o que, consequentemente, ocasionou a disparada de preços. O consumidor final deverá sentir os efeitos da alta imediatamente.
– Isso vai ser transferido pelo varejo. Não tem como fazer milagre, as cotações devem subir – observa Amauri Pereira, gerente técnico da Ceasa/RS.
O destaque entre as altas é uma hortaliça-fruto que sempre teve a pecha de insossa: o chuchu. No levantamento do dia 26 de abril, o quilo do legume custava R$ 1,15. Nesta terça-feira, disparou para R$ 3, um aumento de 160%. Já o brócolis, que custava R$ 2,50 a unidade na semana passada, no comparativo atual apareceu custando R$ 4,16, aumento de 66,40%. Na primeira quinzena de abril, o brócolis era um dos destaques em queda. A couve-flor também surge amargando o orçamento do consumidor: de R$ 2,50 a cabeça na pesquisa de 26 de abril, passou a R$ 4,16 neste último levantamento. Veja a lista completa abaixo.
Entre os motivos da disparada dos preços está a diminuição da oferta de produtos, que move os preços de atacado dessas hortaliças. As baixas temperaturas (entre os dias 25 de abril e 2 de maio) afetaram o crescimento dessas culturas. No caso do repolho, que registrou aumento de 25%, diferentemente dos demais itens, teve aumento na procura, de acordo com a análise da equipe técnica da Ceasa, porque é uma folhosa que pode substituir outras hortaliças usadas em saladas e que sofreram redução de oferta e consequente aumento de preço.
A análise das causas dos aumentos pela gerência técnica traz ainda outro destaque: até a quinzena anterior, a oferta da maioria das culturas tinha procedência gaúcha. As temperaturas entre 25 de abril e 2 maio reduziram o aprontamento dessas culturas e, principalmente no Rio Grande do Sul, diminuiu a oferta. O mercado está abastecido parcialmente e não há onde buscar produtos porque a fonte de hortaliças-fruto (chuchu, pepino, tomate) seria a Região Sudeste, que também sofreu em parte com o frio.
Conforme a avaliação, as cargas para complemento das necessidades de abastecimento do mercado gaúcho estão sendo buscadas no Espírito Santo e os preços deverão seguir elevados até que a oferta do Sudeste reaja com início da safra em junho.
As principais altas (comparação do dia 26 de abril com o dia 3 de maio)
Morango (kg): de R$ 9,28 para R$ 12,86 (38,58%)
Alface (pé): de R$ 1,25 para R$ 1,67 (33,60%)
Brócolis (unidade): de R$ 2,50 para R$ 4,16 (66,40%)
Couve (molho): de R$ 1,67 para R$ 2,50 (49,70%)
Couve-flor (cabeça): de R$ 2,50 para R$ 4,16 (66,40%)
Espinafre (molho): de R$ 2,08 para R$ 2,50 (20,19%)
Repolho verde (kg): de R$ 1 para R$ 1,25 (25%)
Chuchu (kg): de R$ 1,15 para R$ 3 (160,87%)
Milho verde (sacola com 3 unidades): de R$ 1,30 para R$ 2 (53,85%)
Pepino salada (kg): de R$ 1,50 para R$ 2 (33,33%)
Tomate caqui longa vida (kg): de R$ 1,50 para R$ 2,50 (66,67%)
Vagem (kg): de R$ 3,50 para R$ 7 (100%)