A crise política e econômica no país pautou as palestras e os debates do primeiro dia do 29º Fórum da Liberdade, que nesta edição tem o questionamento "Quem move o mundo?" como mote das discussões. Promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), o evento se encerra nesta terça-feira, na PUCRS, na Capital.
Pela inclinação liberal dos convidados, sobraram críticas ao PT e ao governo federal. O presidente do IEE, Ricardo Heller, lembrou que, enquanto o país está parado à espera do desfecho do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, milhares de empresas fecham as portas e milhões de pessoas perdem o emprego. A causa, avaliou, está mais relacionada à intervenção estatal do que aos problemas políticos.
– É reflexo de um governo que sufocou o setor produtivo com tributação e regulação – disse Heller.
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Presente na abertura do evento, o governador José Ivo Sartori fez um discurso pregando a convergência de ideias para vencer a crise instalada no Estado e no país. Ao final do pronunciamento, foi aplaudido, mas também recebeu algumas vaias.Convidado do fórum para palestrar hoje, o ex-presidente do Uruguai Luis Alberto Lacalle também comentou a polêmica que envolve a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
– Se é cumprido de acordo com a Constituição, é válido. Mas espero que se resolva rápido para o lado que seja. Porque o Brasil é muito importante para a América e para o Uruguai, sobretudo – afirmou Lacalle, que disse ver ainda uma onda de mudanças políticas na América do Sul, com a derrocada de governos de esquerda.
O diretor-presidente da Lojas Renner, José Galló, recebeu o Prêmio Libertas, destinado a agraciar quem defende as ideias do livre mercado, e criticou o peso estatal no Brasil – apesar de se apropriar do equivalente a 37% do PIB, o governo federal tem um grande desequilíbrio em suas contas. A crise política, observou Galló, paralisou o Brasil porque Brasília não inspira confiança na sociedade.
– É por isso que temos que gerar uma mudança de rumo e em curtíssimo prazo – afirmou Galló.
Participante do primeiro painel do evento, Rodrigo Marinho, presidente do Instituto Liberal do Nordeste, defendeu a privatização de estatais federais como Petrobras, Caixa e Correios.