O secretário executivo de Coordenação da prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira, disse que "imagina" que o projeto de construção da Ciclovia Tim Maia, em parte erigida sobre o penhasco da Avenida Niemeyer banhado pelo mar, previa a ocorrência de ressacas, como a que provocou o acidente na quinta-feira.
– Imagino que sim – afirmou Teixeira, em tom cauteloso, quando lhe indagaram se a possibilidade de mar forte fora considerada no projeto.
– Não sou engenheiro calculista. Isso que nós vamos avaliar agora. A prefeitura, a GeoRio (órgão da Secretaria Municipal de Obras responsável pela contenção de encostas) e a Secretaria de Obras vão se reunir com o engenheiro técnico que fez a obra e a empresa responsável para cobrar essas responsabilidades e voltar para ver o que pode ser a causa desse acidente inadmissível – comentou.
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Teixeira foi à Avenida Niemeyer para acompanhar o trabalho de técnicos da prefeitura na ciclovia após o acidente. Falando em nome do prefeito Eduardo Paes (PMDB), em viagem à Grécia para a cerimônia de passagem da Tocha Olímpica, o secretário foi cauteloso ao comentar as possíveis causas do acidente. Relatou que, inicialmente, pensou que pilares que sustentam a pista tivessem sido atingidos, mas reconheceu que as estruturas estão "absolutamente intactas".
– Tudo que falarmos agora é especulação. Vamos aguardar o laudo – observou.
Mais cedo, porém, havia afirmado que "o acidente a princípio foi fruto de uma ressaca forte neste trecho da ciclovia".
– Foi uma onda que pegou debaixo para cima da pista, e houve o desastre. Mas não vamos trabalhar com especulação. É importante que haja um laudo – mencionou Teixeira, que é o pré-candidato de Paes a prefeito em 2016.
O secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, negou que tenha faltado fiscalização por parte da prefeitura e, diferentemente de Teixeira, disse que as ressacas eram previstas.
– Estamos conversando com engenheiros da empresa, calculistas e projetistas para elaborarmos o laudo que vai dizer qual foi a causa. Em São Conrado, há sempre ressacas, mas todas as causas têm de ser investigadas – analisou.