Em entrevista concedida à Rádio Estadão na manhã desta quarta-feira, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da comissão especial do Impeachment, disse que seu parecer sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo vai levar em consideração "principalmente" as pedaladas fiscais do governo petista, além dos decretos de créditos suplementares de 2015.
O documento deve ser apresentado à comissão por volta das 14h desta quarta.
– Esse é o ponto principal da denúncia, e, como teve um rito do STF determinando o caminho do objeto de análise, nós ficamos em cima para não suscitar nenhuma possibilidade de judicialização – disse Arantes.
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Durante a manhã desta quarta, o deputado continuava finalizando o parecer, mas revelou já ter certeza do seu voto sobre o impeachment.
– Fizemos um trabalho profundo de estudo técnico sobre questão orçamentária, financeira e também o aspecto político. Estou nos últimos capítulos, mas só vou formalizar o voto na leitura do parecer – comentou.
Arantes também voltou a afirmar que não há golpe em curso para retirar a presidente do poder.
– Nós temos uma constituição que ampara cidadão. Não tem golpe, nem de um lado ou do outro, estou tranquilo porque não vou participar de um relatório com essa característica – relatou.
Os dois dias entre a entrega da defesa da presidente a apresentação do relatório foram considerados suficientes para o deputado.
– Deu tempo, fizemos confronto ponto a ponto, passamos noite adentro. Há a necessidade de urgência e agilização porque temos que dar dois dias para pedidos de vista – observou.
A expectativa é de que, após a análise dos deputados, a votação seja iniciada no fim da tarde de segunda-feira. Durante a discussão do processo, o tempo acordado para cada deputado dar sua opinião será de cinco minutos.