Desde pequeno, ouvi dizer que religião não se discute. Concordo, mas temos que refletir sobre a espiritualidade. Às vezes, me pego olhando essa gurizada de hoje, e parece que a existência de um Deus ou dos Orixás, ou de planos astrais superior e inferior, está, para eles, no mesmo lugar onde moram Papai Noel e Batman.
Dar uma base de espiritualidade para a molecada não é fazer deles escravos de nossas crenças ao ponto de pegarem raiva das religiões, mas cultivar neles uma porta de saída para quando o coração apertar e for preciso recorrer a algo.
Sei que alguns veem a fé como fraqueza, falta de informação e até mesmo ignorância. Mas eu sei que, em milhares de comunidades, os psicólogos são os pastores evangélicos, os conselheiros são os pais e as mães de santo e o conforto nas horas de perdas irreparáveis vem de centros espíritas.
Bíblia
Muitos conhecem as letras na Bíblia da igreja ou aprendem a ouvir e a ter respeito durante um ritual do pai de santo. A fé ensina para a vida. Dar aos pequenos uma orientação espiritual é tão importante como ensinar a ler ou a fazer contas: é algo para a vida.
Um dia, nós, pais, não estaremos aqui, e eles precisarão olhar para um lugar em busca de respostas. Esse lugar é onde seu coração acredita. Sei que parece papo torto de crente e tal, mas é a real. Pai que não planta a semente da fé pode, no futuro, colher o desespero como fruto.