Contrariado com a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da possibilidade de realizar a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), organiza uma força-tarefa para tentar garantir a segurança dos manifestantes. Nesta segunda-feira, Rollemberg afirmou que pessoas que forem à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, serão revistadas.
– Para entrarem na área de manifestação, todas as pessoas serão revistadas. Elas poderão se manifestar tranquilamente, mas sem nenhum armamento que possa causar danos aos demais – afirmou.
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De acordo com o governador, a região será isolada para que a entrada de manifestantes seja controlada.
A primeira medida anunciada por Rollemberg, ainda no fim de semana, foi a divisão da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, onde ocorrerá a votação. Um corredor de segurança, construído com grades, vai separar manifestantes contra e pró-impeachment. A estrutura já foi montada, mas o sistema de segurança deve começar a operar apenas na sexta-feira, quando está previsto o início da votação.
Segundo o governador, junto à divisória estarão posicionados o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, SAMU e ambulâncias. O objetivo é prestar socorro ainda no local, caso seja necessário. Haverá ainda uma sinalização indicando de qual lado os manifestantes devem se concentrar, de acordo com seu posicionamento político.
Apesar dos procedimentos, o governador não escondeu sua insatisfação com a decisão de Cunha.
– A votação está marcada, agora já não cabe mais essa preferência, tenho que me preparar para o dia que for – disse desconfortável.
Ele acredita que seria mais simples conter incidentes de violência caso a votação ocorresse em um dia de semana, com público menor. O governador chegou a fazer o pedido ao presidente da Câmara, que o recusou.
Neutralidade
Rollemberg, que participava da reunião da direção executiva do PSB nesta manhã que definirá o posicionamento oficial da sigla sobre o impeachment, preferiu não manifestar publicamente sua posição.
– Na minha posição de governador, eu não devo explicitar uma posição sobre o tema. Meu papel é garantir a livre manifestação, a integridade das pessoas e do patrimônio – desconversou.
No fim do ano passado, os três governadores do PSB – Rollemberg (DF), Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB) – se posicionaram contrários ao impeachment. Paulo Câmara já mudou de posicionamento e fez críticas claras à presidente, enquanto Rollemberg passou a adotar posicionamento de neutralidade. Coutinho é o principal defensor da presidente na reunião da direção executiva nesta segunda-feira.
*Estadão Conteúdo