A quebra dos sigilos fiscal e bancários do Grupo Bertin ajudou a Lava-Jato a chegar a pagamentos ao empresário Ronan Maria Pinto, dono do Diário do Grande ABC, preso, nesta sexta-feira, alvo da 27ª fase batizada de Operação Carbono 14.
O grupo serviu para movimentar os R$ 12 milhões emprestados de forma fraudulenta pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Banco Schahin, em nome do PT.
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Dos R$ 12 milhões, foram repassados R$ 6 milhões para suposta compra do silêncio de Ronan, que evitariam a denúncia de envolvimento da cúpula do PT em crimes de corrupção no caso ligado ao assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).
– O objetivo a se investigar é por que ele recebeu em 2004 os R$ 6 milhões, do Banco Schahin, com todo esse estratagema para lavar o dinheiro – afirmou o procurador da República Diogo Castor de Mattos.
"Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional", informou o MPF.