O presidente do Partido Progressista (PP), senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou nesta quarta-feira que a sigla permanecerá na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff, pelo menos, até a conclusão do processo de impeachment na Câmara. Depois de PMDB e PT, o PP é o maior partido no Congresso, com 57 parlamentares: 51 deputados e seis senadores.
O partido tinha nesta quarta-feira uma reunião do Diretório Nacional para decidir sobre a permanência no governo, mas, segundo Ciro Nogueira, os próprios parlamentares que pediram o encontro, desistiram da ideia.
– Existia um documento assinado por 24 senadores e deputados pedindo o rompimento com o governo. Essa reunião estava marcada para as 14h, mas, quando fizemos um levantamento preliminar dos 57 votantes, mais de 40 queriam a permanência do partido na base – afirmou o senador, com o documento que pede o cancelamento da reunião nas mãos.
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Nogueira disse que ainda não sabe se liberará a bancada para se posicionar como quiser na votação do impeachment, acrescentou que essa decisão ainda precisa ser discutida:
– Não vou negar pra você que o partido tem uma grande parcela que vota pelo impeachment e essas pessoas têm que ser repeitadas. A direção partidária hoje tem a responsabilidade de estar ao lado da presidente Dilma nesta base aliada. É uma situação que vai ser discutida nos próximos dias, mas a orientação partidária é estar ao lado da presidente neste momento.
O senador negou que a decisão tenha sido tomada em troca de um espaço maior no governo, que pode incluir até o Ministério da Saúde. Segundo o senador, até que o processo tenha um desfecho no plenário da Câmara dos Deputados, não haverá negociação de cargos no governo.
– Nenhum membro do partido nem seu presidente está autorizado a discutir participação no governo. Não deixamos nenhuma margem no partido para nenhum tipo de discussão desse tipo _ afirmou.
Perguntado sobre nomeações no segundo escalão do governo, de pessoas ligadas ao PP que estão saindo no Diário Oficial da União, Ciro Nogueira repetiu que novos cargos não estão sendo negociados, mas justificou que esses são cargos que foram entregues pelo PMDB e que precisam ser ocupados.
Na última reunião do presidente do partido com parlamentares na Câmara e no Senado, na semana passada, o líder da legenda Aguinaldo Ribeiro (PB) disse que o partido ainda não tinha definido sua posição. Ao mesmo tempo, os deputados Jerônimo Goergen (RS) e Júlio Lopes (RJ) insistiam em dizer que havia uma maioria expressiva no partido pró-impeachment.
– Essa tendência de rompimento só está na cabeça de alguns. Ninguém conhece mais o partido que seu presidente. Isso [de querer o rompimento] nunca aconteceu no Partido Progressista, nunca houve essa maioria no Partido Progressista e mais uma vez isso está comprovado – destacou Ciro Nogueira.