Na manhã seguinte ao tiroteio que deixou quatro mortos em frente ao hospital Cristo Redentor, na zona norte da Capital, o burburinho pelos corredores e o semblante de preocupação dos funcionários e pacientes contrastavam com a informação de que o serviço funcionava normalmente na instituição.
O atendimento voltou às 22h de sexta-feira, pouco mais de quatro horas depois do episódio, mas a movimentação seguia baixa na manhã deste sábado. Além da segurança privada do hospital, que contava com um efetivo normal, um carro da Brigada Militar estacionado em frente à instituição, reforçava a segurança.
– Desde ontem (sexta-feira), o fluxo de pessoas está mais baixo, a sensação de insegurança é muito grande. Acho que os familiares estão optando por não vir visitar os pacientes hoje – afirma uma funcionária do serviço de emergência, que estava presente no momento do tiroteio.
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Com o pedido para não ter a identidade revelada, ela conta que, quando os primeiros tiros foram disparados na rua, dezenas de pessoas entraram correndo pela porta do hospital, buscando abrigo, chorando e gritando pelos parentes.
– Foi um tumulto. A gente não sabia se eles iriam entrar, então ficamos todos muito tensos. Ate agora estamos todos preocupados, a sensação de insegurança é muito forte.
Conforme informações do hospital, os dois policiais feridos durante o tiroteio já receberam alta ainda na noite de sexta-feira.
Por volta das 17h30min de sexta-feira, pelo menos 30 disparos foram efetuados entre suspeitos de roubarem um carro e policiais militares. Tudo teria se iniciado na Vila Jardim, região conflagrada por quadrilhas que disputam pontos de tráfico com rivais da Bom Jesus. Os PMs abordaram um i30 prata e um New Civic de cor escura na Rua Alberto Barbosa. Ao consultarem as placas dos veículos, os policiais afirmam que foram atacados a tiros.
– Dali em diante, eles (bandidos) foram embora. Viemos para o (hospital) Cristo Redentor atender os militares e, da mesma forma, o i30 estava aqui e atirou novamente. A gente revidou para neutralizá-los. Eles deram azar de fazer o mesmo caminho que a gente – afirma o sargento Alexsandro Jacobowski.
Em frente ao hospital, começou um novo confronto. Os PMs revidaram os tiros da quadrilha e todos os ocupantes do i30 acabaram mortos.
A Polícia Civil investiga a identidade dos mortos. Suspeita-se que sejam integrantes da quadrilha Bala na Cara, com atuação na Bom Jesus.