O empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, ficou em silêncio nesta quinta-feira diante dos promotores de Justiça que investigam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá. Pelo menos 70 perguntas foram feitas ao empresário, mas ele se calou. Os promotores investigam se o ex-presidente é o verdadeiro proprietário do imóvel no litoral. A defesa do petista nega.
O inquérito mostra que a construção do Solaris, inicialmente, era de responsabilidade da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop). Depois, o empreendimento foi assumido pela OAS, empreiteira alvo da Operação Lava-Jato por formação de cartel na Petrobras entre 2004 e 2014. Léo Pinheiro é próximo de Lula e da família do petista.
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Em Curitiba, base da missão Lava-Jato, os procuradores e a Polícia Federal investigam se a OAS bancou reformas e melhorias no sítio Santa Bárbara, localizado no município de Atibaia (SP) e frequentado por Lula e familiares. Em São Paulo, promotores criminais do Ministério Público do Estado investigam o triplex do Guarujá.
Eles pretendiam tomar o depoimento de Lula nesta quinta-feira, mas o ex-presidente não atendeu a intimação e mandou explicações por escrito. Léo Pinheiro já é réu da Lava-Jato. Em uma ação penal ele pegou 16 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Atualmente, ele admite fazer delação premiada, ante a iminência de ir para a prisão se o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) confirmar a sentença imposta pelo juiz Sergio Moro, da Lava-Jato.