A mensagem que reverenciava Roger Pereira Madruga, 27 anos, na parede do bloco A do Residencial Jardim Paraíso, no bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre, foi apagada pela Polícia Civil na manhã desta sexta-feira.
Assassinado em 10 de fevereiro ao cobrar uma dívida de um ex-detento, Roger, suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, foi lembrado com letras gigantes e frases de enaltecimento a ele.
– Não vamos tolerar homenagem a pessoas ou a fatos relacionados ao tráfico – afirmou Guilherme Calderipe, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), que esteve no local, acompanhando a cobertura do desenho, pintada por um operário de uma empreiteira.
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Conforme o delegado Mario Souza, diretor de investigações do Denarc, moradores do condomínio estavam contrariados com a homenagem, mas aceitaram calados a situação por medo de represália.
– Instauramos um inquérito que vai apurar quem fez e os motivos dessa mensagem ao Roger. O responsável pode ser indiciado por apologia ao crime – afirmou.
Roger já foi processado por formação de quadrilha e furto, e, em ambos crimes, absolvido. Foi condenado por porte ilegal de arma, substituído por prestações de serviços comunitários, e lesões corporais, cuja pena foi extinta pela Justiça em 2011. Também foi acusado de uma tentativa de homicídio, em 2009 (que ainda respondia), e pelo assassinato de duas pessoas, em janeiro de 2011, quando outras três vítimas ficaram feridas.
Pelo duplo homicídio esteve preso preventivamente por um ano e respondia ao processo em liberdade desde novembro de 2012. Embora não tivesse punição por tráfico de drogas, o processo referente ao duplo homicídio contém relatos de que as mortes foram provocadas por disputas de bocas de fumo.