A arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid, que ganhou em 2004 o Prêmio Pritzker, morreu nesta quinta-feira aos 65 anos vítima de uma crise cardíaca em um hospital de Miami (Estados Unidos) onde tratava uma bronquite, informou seu estúdio com sede em Londres.
"Com grande tristeza, Zaha Hadid Architects confirma que Zaha Hadid morreu subitamente em Miami esta manhã. Esta semana contraiu uma bronquite e teve uma crise cardíaca durante seu tratamento no hospital", indica o comunicado.
Hadid foi a primeira mulher arquiteta a ganhar o Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, e entre suas obras se encontram o Centro Aquático de Londres e a Ópera da cidade chinesa de Guangzhou.
Este ano, também ganhou a Medalha de Ouro real de arquitetura do Reino Unido, prêmio já obtido por Jean Nouvel, Frank Gehry e Oscar Niemeyer.
Hadid reivindicava a desconstrução total da geometria dos edifícios e suas construções ousadas atraíam e provocavam polêmica em cada inauguração.
A arquiteta recebia encomendas de todo o mundo. Ela desenhou um trampolim de salto de esqui em Innsbruck (Áustria), um museu nacional de artes em Roma (MAXXI) e o arranha-céus do terceiro grupo de transporte marítimo mundial, o CMA-CGM, em Marselha (França).
Também passaram por sua mesa o projeto do Museu Guggenheim de Taichung (Taiwan), sempre buscando a falta de gravidade em volumes de linhas oblíquas, de curvas retorcidas, sem fim.
Em meados da década passada, confidenciou, em entrevista à AFP, que "não é o racismo, mas o fato de ser mulher na Grã-Bretanha o que dificulta" fazer carreira como arquiteta.
O ministro britânico da Cultura, Ed Vaizey, se disse "estupefato" pela inesperada morte de Hadid, de quem elogiou "seu enorme contribuição à arquitetura moderna".
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, avaliou que "sua criatividade beneficiou o mundo inteiro".
* AFP