Após jantar com o vice-presidente da República, Michel Temer, alguns dos principais porta-vozes do PMDB temem que antecipar a decisão sobre desembarque do governo para o próximo dia 29 possa dividir o partido. Segundo eles, há resistência especialmente dos peemedebistas que integram o governo com cargos em ministérios.
Integrantes da cúpula do PMDB confirmaram que havia consenso para que o partido oficializasse desembarque, desde que a decisão fosse tomada apenas no dia 12 de abril, como previamente acordado.
Leia mais
Executiva gaúcha do PMDB oficializa saída do governo Dilma
PMDB do Espírito Santo formaliza saída do governo Dilma
PMDB de SC decide sair do governo Dilma e vai entregar cargos
Já com a decisão de Temer de antecipar a convenção, é possível que o partido não assine conjuntamente o desembarque e deixe a convenção dividida, ponderam alguns. Segundo senadores que participaram do jantar de terça-feira, na residência oficial da Vice-Presidência, manter a convenção para o dia 29 não foi uma decisão unânime.
Temer ouviu alguns membros da Executiva do PMDB, entre eles o senador Romero Jucá (RR), o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), o ex-ministro de Aviação Civil, Eliseu Padilha, o atual ministro dos Portos, Helder Barbalho, e o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).
Ainda na terça-feira, os ministros Eduardo Braga (Minas e Energia) e Helder Barbalho conversaram diretamente com outros peemedebistas no Senado. Na manhã desta quarta-feira, o ministro da Saúde Marcelo Castro, que também é peemedebista, circulou pelo plenário do Senado. O objetivo é convencer outros parlamentares a pressionar Michel Temer e membros da Executiva a manter a convenção para o dia 12 de abril.
*Estadão Conteúdo