A 24ª fase da Operação Lava-Jato repercute também entre órgãos e entidades santa-marienses. Na sexta-feira, o "Diário" ouviu representantes de sindicatos e de instituições da cidade.
Consensualmente, todos pedem para que a corrupção seja banida do país. No entanto, há divergências sobre a postura adotada pela Polícia Federal (PF) e pela Justiça, em referência, principalmente, à investigação do ex-presidente Lula (PT).
- Independentemente de qualquer partido, o povo brasileiro lutou muito pela democracia. Está havendo muito abuso de poder. São julgamentos precipitados. Nada foi comprovado contra a pessoa do Lula. O país está parado nessa Lava-Jato porque tem um fundo político. Nós (Cpers) sempre defenderemos a democracia, independentemente do partido - disparou a diretora do 2º Núcleo Cpers Santa Maria, Sandra Regio.
Para o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Rodrigo Décimo, pelo menos uma boa notícia pôde ser comemorada com a nova etapa da investigação.
- A gente percebe que a informação da delação do Delcídio e o Lula, como alvo da Lava-Jato, levaram o mercado financeiro a reagir positivamente. O momento, agora, é de se fazer com que a política seja passada a limpo. E, no olhar local, tenhamos consciência no pleito eleitoral. A curto prazo podemos ter melhoras significativas - espera Décimo.
A descrença crescente na classe política é um dos principais alvos do descontentamento:
- Chega um ponto em que o cidadão fica em dúvida no que acreditar. E a consequência é a precariedade dos serviços. Isso precisa ser levado em frente e os responsáveis precisam ser punidos - acredita Jane Leal, coordenadora do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm).