Recém-nomeado para o cargo de ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner afirmou, na noite desta quarta-feira, que a gravação do telefonema entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma arbitrariedade.
– Não se pode violar ou interceptar o telefone da presidente da República. Isso fere a segurança dela. Não sabemos como ele (Sérgio Moro, juiz) conseguiu violar o sistema da presidente – disse o ministro, em declaração divulgada por sua assessoria de imprensa.
Leia mais:
Diálogo entre Dilma e Lula sugere ação para evitar prisão de ex-presidente
ÁUDIO: o telefonema entre Dilma e Lula gravado pela PF
Em nota, Planalto nega tentativa de proteger Lula
Wagner disse ser favorável às investigações, mas ressaltou que "grampo é inadmissível". Ainda segundo ele, a conversa entre Dilma e Lula, nomeado ministro-chefe da Casa Civil, foi interpretada fora do contexto.
– Os diálogos estão sendo interpretados fora do contexto para criar fato político negativo – avaliou.
Moro agiu como "militante político", diz Pimenta
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) entende que o juiz Sérgio Moro agiu como um "militante político" e cometeu uma "ilegalidade". Sobre o teor do grampo, Pimenta disse que "é uma interpretação inadequada, subjetiva, de uma conversa fora de um contexto maior".
O deputado acredita que o fato não era "da competência" do juiz de Curitiba e que as consequências do grampo vão "ampliar atos de violência" no país. Para ele, o Brasil "vive um estado de exceção"
– Qualquer estudante sabe que quando tem uma pessoa com foro privilegiado o juiz de primeira instância perde a prerrogativa (de julgar).
*Estadão Conteúdo