A decisão da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, continuar no governo mesmo após o rompimento do PMDB com a presidente Dilma Rousseff provocou críticas de entidades do setor. Presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, avalia que é um equívoco a permanência sem apoio do partido e de suas bases.
– Golpe é você ficar no governo sem apoio de ninguém, por decisão pessoal – disse Junqueira, que participa na manhã desta quarta-feira do seminário Código Florestal e Alcance do Desmatamento Ilegal Zero, em Brasília.
A SRB já se posicionou favorável ao impeachment da presidente Dilma, assim como a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), formada por deputados de diferentes regiões do país.
– No fim ela não será uma ministra do partido e nem do setor – conclui Junqueira.
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade que Kátia presidiu até assumir o cargo no governo federal, tem evitado se posicionar sobre a permanência da ministra. Presidente da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul) e um dos vice-presidentes da CNA, Carlos Sperotto disse que a entidade não pode ter posicionamento político.
– A Kátia chegou ao ministério com um projeto pronto, que é o projeto CNA. Ela está buscando um posicionamento factível para continuar desenvolvendo esse trabalho – disse.
Ontem, quando o PMDB oficializou o desembarque do governo, Kátia deu entrevistas afirmando que não acredita em impeachment e que continuará despachando normalmente no Ministério da Agricultura.
A ministra garantiu que projetos importantes para o setor e com prazo para entrar em prática, como o Plano Safra 2016/2017, não serão paralisados durante o processo de impeachment no Congresso Nacional.
* A jornalista viajou a convite da ANDI Comunicação e Direitos.