Peças, resíduos e carcaças de veículos que somam 98 toneladas começaram a ser destruídos na tarde desta quinta-feira, em Sapucaia do Sul. Os itens foram apreendidos na quinta edição da Operação Desmanche, realizada na terça-feira pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) para combater a receptação e o comércio ilegal de peças automotivas. A ação ocorreu em Gravataí e resultou no fechamento de três estabelecimentos irregulares na cidade.
O governador José Ivo Sartori e o titular da SSP, Wantuir Jacini, acompanharam a destruição da sucata, realizada na Usina Riograndense da Gerdau, credenciada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). Por meio de um contrato, a empresa faz a separação e trituração dos resíduos que serão reciclados, tornando-os matéria-prima para o aço.
– Não vai ter moleza para quem comete esse tipo de crime, assim como todos os outros. Esse é o nosso papel na defesa da vida da sociedade, dos cidadãos – afirmou Sartori, garantindo que a operação vai ser expandida para todas as regiões do Estado.
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Desde 16 de fevereiro, ocorreram cinco ações de fiscalização em desmanches e estabelecimentos que vendem peças automotivas, sendo quatro em Porto Alegre e uma em Gravataí. Como resultado, 11 desses locais foram fechados, e 11 pessoas foram presas. As quatro primeiras operações resultaram na apreensão e destruição de 238,8 toneladas de peças. Com a ação da última terça-feira, o total chegou a 336,8 toneladas.
A Operação Desmanche é coordenada pela SSP e tem a participação da Polícia Civil, da Brigada Militar, do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e do Detran-RS, além do apoio de prefeituras. Em cada ação, são mobilizados em média 50 homens.
– Nesta operação em Gravataí, conseguimos identificar 13 veículos roubados ou furtados. Com a ação, enfrentamos não apenas furto e roubo, mas também homicídios e latrocínios – destacou Jacini.
Como funciona
O Detran-RS tem cadastradas 212 empresas como centros de desmanches e recicladoras. Elas são responsáveis por receber os resíduos apreendidos nas operações e garantir uma destinação adequada. Conforme o diretor-geral do Detran-RS, Ildo Mário Szinvelski, após pesagem, fotografia e andamento das questões processuais administrativas, a sucata é encaminhada para alguma das empresas conveniadas.
O Estado recebe como pagamento R$ 120 por tonelada de resíduos automotivos. O valor fica inicialmente retido para o caso de ingresso de recurso administrativo por parte de algum dos estabelecimentos que teve peças recolhidas. Se o recurso tem parecer positivo, o proprietário receberá o valor equivalente à quantidade que foi apreendida, considerando o preço pago pelas empresas recicladoras ao Estado. Se isso não ocorrer, o recurso é destinado ao Fundo Especial de Segurança Pública (Fesp), para que seja aplicado no setor.