Os empresários Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, que comandavam as empreiteiras Odebrecht e OAS, envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, estariam fechando um acordo entre eles para, em seguida, começar a negociar colaboração premiada com o Ministério Público Federal à frente das investigações da Operação Lava-Jato. As informações são do jornal O Globo, que cita uma fonte ligada a um dos executivos.
Conforme a publicação, Pinheiro e Odebrecht – condenado, nesta terça-feira, a 19 anos de prisão – desejam se colocar à disposição dos procuradores para delatar o que sabem sobre a corrupção na estatal e em outras áreas da administração pública. Em troca, querem receber benefícios previstos em lei, como a redução de pena.
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De acordo com a fonte entrevistada pelo jornal, o acordo não envolveria a combinação de versões entre os executivos. O plano é os dois optarem, juntos, pela delação. Entre os objetivos dos empresários está o desejo de salvar as duas companhias de prejuízos financeiros irreversíveis, caso os trabalhos da Lava-Jato se estendam por tempo indefinido.
A delação dos dois executivos poderia representar um avanço significativo na elucidação de questões apuradas nas investigações, entre elas as relações entre os dois grupos e o ex-presidente Lula, que foi alvo de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva na última sexta-feira.
Pinheiro, que está em prisão domiciliar, já foi condenado a 16 anos de cadeia. Se a medida for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, retornará imediatamente para a prisão em regime fechado.
Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015. Devido às investigações da Lava-Jato, a empreiteira que era comandada por ele já perdeu contratos e tem realizado corte de funcionários.
A reportagem também ressalta que o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, está prestes a lavrar a sentença no processo em que Odebrecht é acusado de envolvimento em organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. O avanço das apurações pressiona o executivo a tomar uma decisão rapidamente.
Consultados pelo jornal O Globo, os advogados de Pinheiro e Odebrecht negaram a tentativa de acordo de delação entre os seus clientes.