
Líderes partidários da Câmara dos Deputados decidiram nesta terça-feira que a comissão especial do impeachment ouvirá até quinta-feira representantes da defesa e da acusação para formular o relatório de admissibilidade da denúncia contra a presidente Dilma Rousseff.
Com a decisão, membros da oposição e do governo devem sugerir dois nomes cada para as oitivas. O líder do PSDB na Casa, Antonio Imbassahy (BA), afirmou que os deputados contrários ao governo pretendem convocar os autores do pedido de impedimento de Dilma, Janaína Paschoal e Miguel Reale. Já o governo pediu mais tempo para a indicação.
– Estamos em consenso, chegando a um acordo de que esta semana pretendemos ouvir tanto o lado do denunciante quanto o lado da defesa. Para que a gente tenha esclarecimentos da denúncia, e não uma carnificina verbal – afirmou o presidente da comissão especial, Rogério Rosso (PSD-DF), após a reunião na liderança do PTB.
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Apesar de a presidente Dilma ainda ter quatro sessões em plenário para preparar a sua tese de defesa, o presidente explicou que "as diligências serão apenas para esclarecimentos das denúncias". Rosso disse ainda que não serão produzidas provas nessa fase, nem serão ouvidas testemunhas. O objetivo é "realmente esclarecer a denúncia".
O presidente da comissão especial disse que há "uma quantidade enorme de requerimentos, que não traduzem a necessidade com o momento conforme foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conforme o próprio rito do impeachment". São mais de 60 requerimentos e questões de ordem no total. Desde o fim da manhã desta terça-feira, o colegiado está reunido para definir o roteiro de trabalho. Na segunda-feira, a cúpula da comissão se encontrou com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, e com o ministro Luís Roberto Barroso.