Um dos vice-líderes do governo na Câmara, Silvio Costa (PSB-PE), declarou que irá pedir ao Ministério Público que o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenha o mesmo tratamento dado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi denunciado sob a acusação de ter usado dinheiro de uma empreiteira para pagar despesas da amante.
– Fernando Henrique vai ter de se explicar – afirmou.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a jornalista Mirian Dutra, com quem FHC manteve um caso extraconjugal nos anos 1980 e 1990, disse que a Brasif S.A Exportação e Importação ajudou o ex-presidente a enviar recursos ao exterior para ela e seu filho, Tomás Dutra. Segundo Mirian, as transferências foram feitas por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. FHC nega que tenha usado a empresa para fazer repasses a Mirian.
– Preciso saber se essa doação da empresa era da Lava Jato e por que era feita dessa forma. Acho uma acusação séria, sobretudo para um ex-presidente que sempre posou como paladino da ética. Eu quero que ele explique para os brasileiros por que o filho dele recebia pensão de uma empresa privada. Se fosse com o Lula, o PSDB estaria decretando a sua prisão – disse Costa, afirmando que há tratamento desigual entre os políticos de acordo com o partido.
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Em tom mais ameno, o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA), demonstrou solidariedade à família de FHC.
– Todos os dias nós somos surpreendidos com notícias que atingem personalidades públicas. Solidarizo-me independente de quem é o agente público e de qual é o seu partido. Investigar cabe ao Ministério Público – comentou Florense.
Ele destacou que é preciso ter cuidado com a simples busca por pistas, citando o caso do ex-presidente Lula, que acaba propiciando abordagens condenatórias.