Desde que assumiu a vaga de marqueteiro-mor do PT, desocupada em 2006 pelo também baiano Duda Mendonça durante o escândalo do Mensalão, o publicitário e jornalista João Santana estendeu seu raio de ação para América Latina e África. Nos últimos seis anos, ele foi responsável por sete campanhas presidenciais vitoriosas nos dois continentes: Mauricio Funes em El Salvador (2009), Dilma Rousseff no Brasil (2010 e 2014), Hugo Chávez na Venezuela (2012), José Eduardo dos Santos em Angola (2012), Danilo Medina na República Dominicana (2012) e Nicolás Maduro na Venezuela (2013).
Embora todos esses presidentes sejam considerados de centro-esquerda, Santana não recusa clientes mais à direita: em 2014, assessorou o candidato José Domingo Arias, de centro-direita, à presidência do Panamá. A imprensa panamenha apelidou-o de "hacedor de presidentes" ("fazedor de presidentes"). Apoiado pelo presidente Ricardo Martinelli, Arias foi derrotado pelo atual presidente, Juan Carlos Varela.
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Santana e a mulher, Mônica Moura, estão na República Dominicana como assessores da campanha do presidente Medina à reeleição. O pleito está marcado para maio. O país caribenho, situado nos dois terços orientais da ilha que também abriga o Haiti, goza de boas relações com os Estados Unidos desde os tempos do ditador Rafael Trujillo (1930-1961). O Partido de Libertação Dominicana (PLD), de Medina, floresceu entre a classe média como porta-voz da oposição a Trujillo, e, em 1996, obteve uma histórica vitória eleitoral sobre seu sucessor, Joaquín Balaguer. Economista, deputado por três mandatos e duas vezes ministro nos governos do presidente Leonel Fernández (PLD), Medina foi derrotado na eleição presidencial de 2000, mas voltou ao poder em 2012.