Agentes da Polícia Civil de Minas Gerais apreenderam nesta sexta-feira documentos e equipamentos em escritórios da Samarco, empresa mineradora responsável pela Barragem do Fundão, que se rompeu há exatos três meses, na região de Mariana (MG). O acidente matou 17 pessoas, deixou dois desaparecidos e devastou o distrito de Bento Rodrigues, que foi coberto pela lama tóxica e praticamente desapareceu.
A própria Samarco confirmou que os mandados judiciais estão sendo cumpridos desde o início da manhã desta sexta-feira, em escritórios de Belo Horizonte e de Mariana. A mineradora brasileira, que é controlada pela Vale do Rio Doce e pela anglo-australiana BHP Billiton, afirma colaborar com a diligência policial.
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Todo o material apreendido será usado como prova no inquérito da Polícia Civil, que investiga as responsabilidades pelo acidente, considerado uma das maiores tragédias ambientais do país. Com metais pesados, a lama contaminou cerca de 650 quilômetros de rios, chegando à foz do Rio Doce, em Regência, no Espírito Santo.
A Polícia Federal (PF) já indiciou a Samarco e suas controladoras. Por danos ambientais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a Samarco em R$ 250 milhões. E o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Espírito Santo fecharam acordos com a mineradora, que se comprometeu a indenizar as vítimas, populações ribeirinhas afetadas e trabalhadores da empresa.
Em nota, a Samarco reiterou que "está colaborando com o trabalho dos policiais, assim como vem fazendo desde o início das investigações das causas do acidente com a barragem de Fundão".