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Confira abaixo o relato de Crislaine Ariadne Lima:
Em dezembro de 2014, fui assaltada na parada próxima de casa às 10h30min. No ponto, havia uma mulher com três crianças pequenas e mais um menino com deficiência que vende balas no ônibus.
Tinha chegado na parada havia nem cinco minutos e parou um Prisma vermelho ao meu lado. Havia uma mulher dentro do carro, a princípio achei que ela estivesse grávida. Um rapaz de 17 a 20 anos, mais ou menos, desceu do carro, mexeu por um instante no porta-malas e veio na minha direção.
– Passa o celular, passa o celular agora – ele gritou.
Achei que fosse alguma piadinha, pois nunca achei que isso iria acontecer ali, perto de minha casa, em um bairro pobre. Mas aconteceu. Eu tentei dar o celular para ele, mas enrolou o fone na alça da bolsa, ele gritou: – Vou te dar um tiro. Eu disse:
– Calma, moço! Não me machuca! Eu vou te dar o celular.
No mesmo momento, vi a moça correndo com as crianças e o menino doente com as mãos na cabeça. Ele me puxou e, com isso, o celular caiu. O ladrão juntou o aparelho e, quando levantou, começou a me bater com uma pedra na cabeça e pelo resto do corpo. Percebi que não havia arma, mas o medo me deixou imóvel. Ele deixou minha bolsa e meu TRI, levou somente o meu celular.
Minha prima, que estava se aproximando do local, me reconheceu e correu. O marido dela conseguiu pegar a placa do carro. Uma amiga dela, que estava junto, ligou para a polícia e conseguimos avisar minha mãe.
Ligamos para a polícia. Depois de 40 minutos, ainda não havia chegado viatura para me socorrer, como eu disse, um bairro pobre. Após cansar de esperar, meu padrasto me levou até a delegacia mais próxima para registrar a queixa. A placa do carro é óbvio que era fria.
Até hoje, morro de medo de ficar sozinha em paradas. Tento sentar ao lado de uma pessoa no ônibus que me passe segurança. Me dá pânico toda hora que para um carro ou moto ao meu lado ou quando um estranho se aproxima.
Na realidade, eu tenho medo de sair de casa.