Impulsionado principalmente pela retração dos acidentes fatais dentro das cidades em 2015, o número total de mortes no trânsito gaúcho no ano passado ficou abaixo do registrado em 2007, quando o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) aperfeiçoou a sua metodologia. A partir de então, o órgão passou a computar também as mortes ocorridas até 30 dias após o acidente.
Se em 2007, 37,6% dos acidentes fatais ocorreram em ruas e avenidas, no ano passado o percentual caiu para 31,3%. Essa queda mostra-se ainda mais relevante quando levado em consideração o crescimento de 61,72% da frota no mesmo período. O diretor-geral do Detran, Ildo Mário Szinvelski, cita algumas variáveis que têm contribuído para tornar o trânsito menos violento e ressalta o trabalho integrado com as polícias e prefeituras:
- Sem dúvida, a redução da sensação de impunidade, com o incremento da fiscalização, punição dos infratores, instauração dos processos de suspensão e cassação do direito de dirigir, foi fundamental na redução das mortes.
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Para o professor especialista em trânsito Mauri Panitz duas hipóteses explicam os resultados positivos em 2015:
- As campanhas de conscientização feitas ao longo dos últimos anos têm surtido efeito, assim como os esforços empregados no aumento da fiscalização, principalmente dentro das cidades.
Os efeitos positivos da fiscalização também são lembrados pelo presidente do Instituto de Segurança do Trânsito (IST), David Duarte Lima, que acrescenta, ainda, a desaceleração da economia a partir de 2014 como fator a ser considerado.
- Essa crise econômica faz com que se ande menos de carro e, com isso, diminuam as mortes por acidentes - avalia.
Dados estatísticos comprovam o aumento na fiscalização citado pelo presidente do Detran e pelos especialistas - em 2015 foram aplicadas 106,83% a mais de multas do que em 2007. Somente as autuações por embriaguez passaram de 3.476 para 7.524, e as por excesso de velocidade, que lideram o ranking das infrações mais cometidas, quase triplicaram ao subirem de 611.320 para 1.775.579.
- Isso é benéfico para o trânsito, porque diminui a impunidade e muda o comportamento. Um pequeno incômodo no bolso é capaz de trazer grandes mudanças - finaliza Lima.
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