A reação das polícias Civil e Militar ao crime que horrorizou a população de Joinville, no Norte do Estado, na terça-feira, dia 2, foi exercida com força na tarde desta quinta-feira.
As corporações, separadamente, reuniram pelo menos 50 agentes, policiais militares ligados à inteligência, investigadores e delegados para vasculhar a cidade, especialmente os bairros da zona Norte.
As equipes estão em busca de pistas, de testemunhas e dos criminosos que mataram um jovem de 16 anos, cortaram a cabeça dele a machadadas e filmaram a ação.
A morte e a zombaria com que as quatro pessoas que aparecem no vídeo agem foram consideradas uma afronta às instituições de segurança pública.
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Na Civil, a operação está sendo coordenada pessoalmente pelo delegado regional, Laurito Akira Sato. Segundo ele, nenhuma hipótese está sendo descartada e todas as informações que chegam à equipe de investigação estão sendo checadas.
A atuação dos agentes em cada missão e a estratégia das corporações estão sendo mantidas em sigilo para evitar que os bandidos se antecipem. Uma das prioridades é encontrar o corpo do adolescente assassinado. A expectativa é de que suspeitos sejam detidos e interrogados.
O corpo do adolescente Israel Melo Júnior, de 16 anos, conhecido na zona Norte como Juninho Nezo, ainda não foi encontrado. A cabeça dele foi deixada no começo da noite de terça-feira pelos criminosos dentro de uma mochila, na esquina da Estrada Timbé com a rua Titan, na entrada do bairro Jardim Paraíso.
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Logo após, o grupo começou a repassar as cenas macabras da morte do garoto nas redes sociais. Nas imagens, quatro jovens com os rostos cobertos com camisetas se divertem ao som de funk enquanto arrancam a cabeça de Israel a machadadas.
Segundo o delegado Akira, as suspeitas de que há uma disputa entre gangues rivais ou grupos criminosos está sendo investigada. A Polícia Civil também tem linhas de investigação que envolvem o tráfico de drogas na região. A polícia avalia se o crime é uma resposta a outras mortes e ataques ocorridos desde o ano passado na região, especialmente a morte ocorrida na segunda-feira, quando um adolescente de 15 anos foi executado com mais de 15 tiros no bairro Cubatão, e o atentado à casa de uma mulher e duas filhas, na terça de madrugada, no bairro Aventureiro.
Uma das meninas era namorada do garoto que morreu no Cubatão. Ontem, a casa continuava abandonada e fechada, com roupas no varal e as marcas de tiros nas paredes da sala e de um dos quartos.
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Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBSTV, o comandante da 5ª região da Polícia Militar, coronel Amarildo Assis Alves, reforçou que vai atuar com prioridade para reduzir os crimes que levam aos homicídios, principalmente o tráfico de drogas e os furtos.
Segundo ele, a estratégia é colocar o policiamento na rua e a população deve perceber que a PM está atuando.
- Faremos tudo para salvaguardar as pessoas de bem - disse o coronel.
Segurança
Arrastão em busca de pistas, testemunhas e criminosos na zona Norte de Joinville
Polícias Civil e Militar reunem mais de 50 agentes, investigadores e delegados para elucidar a decapitação de um adolescente, crime que revoltou a cidade na última terça
Leandro S. Junges
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