Três pessoas terão prisão temporária solicitada pela Polícia Civil na quarta-feira por suspeita de envolvimento na morte do policial militar Maysson Fagundes da Silva, de 27 anos. O PM, que estava de folga, passava o Réveillon em Tramandaí, no Litoral Norte, quando foi baleado na cabeça por volta das 3h30min do dia 1º. Nesta terça, durante diligências da Polícia Civil em Porto Alegre e Região Metropolitana, o trio teve suas fotos reconhecidas por testemunhas do crime.
– Chegaram novas informações, e agora há um conjunto probatório de que essas três pessoas estão envolvidas na morte – afirma o titular da Delegacia de Polícia de Tramandaí, Paulo Perez, dizendo que mais pessoas podem ter a prisão solicitada.
Com isso, Nelson José Paiano, 19 anos, preso temporariamente desde sexta-feira suspeito de ter participação no crime será solto. Ele apresentou testemunhas e entregou nesta terça um vídeo à polícia supostamente comprovando a sua inocência. Em depoimento, reforçado pelas testemunhas, o jovem alegou ter passado a virada do ano em Alvorada com amigos e familiares.
– Analisamos o vídeo rapidamente e tudo indica que é verdadeiro. Amanhã (quarta-feira) olharemos com mais calma – acrescenta o delegado.
A Polícia Civil deve descartar nesta quarta-feira, após análise mais detalhada das filmagens, a hipótese de que o PM teria sido morto por vingança. A principal linha de investigação passa a ser uma desavença entre dois grupos. Em um deles estaria o PM morto e, no outro, o trio suspeito. Eles fizeram, inclusive, uma selfie no local momentos antes do crime, ocorrido na Avenida Beira-Mar.
Paralela à morte do PM, a Polícia Civil investiga quem disparou contra uma adolescente de 16 anos, minutos depois de o PM ter sido baleado. A jovem foi atingida nas costas, mas passa bem. Conforme apurado pelo delegado, um amigo do policial morto confessou que pegou a arma do PM, após ele levar um tiro, e disparou seis vezes contra os criminosos em fuga. Com isso, uma das balas pode ter atingido a adolescente:
– Na nossa principal linha de investigação, ela é uma vítima. Teve a infelicidade de estar lá. Vamos fazer exame balístico para saber se o disparo foi efetuado da arma do policial.
Se o amigo do PM realmente for o autor do disparo, ele deverá responder por tentativa de homicídio com dolo eventual, por ter assumido o risco.
* Zero Hora