Parece bem clara, não só para a polícia, a intenção dos criminosos ao matarem a tiros e decapitarem um jovem na Capital.
Afinal, além das frases escritas no edredom com o qual o corpo foi envolto e no perfil no Facebook da suposta vítima, que fazem menção direta ao nome de umas das facções criminosas, a cabeça foi deixada no principal território deste grupo. Mais claro do que isso, talvez nem desenhando.
Mais uma vez, os bandidos demonstram o nível ao qual chegaram a guerra do tráfico de drogas, a disputa por territórios e a ousadia das quadrilhas. Principalmente por utilizaram redes sociais como recurso para demonstração de poder e forma de "esculacho" dos rivais.
Estados oficial e paralelo
Já a decapitação não me surpreende tanto. Por mais sadismo e crueldade que este tipo de crime apresente, a prática faz parte da história do país, tendo sido utilizada inclusive pelo próprio Estado oficial.
Primos adolescentes executados na Lomba do Pinheiro
Zumbi dos Palmares, em 1695, Tiradentes, em 1792, Lampião e seu bando, em 1938, tiveram suas cabeças arrancadas e expostas como troféus e forma de intimidação a outros que imaginassem seguir os seus caminhos.
Pois o Estado nem tão paralelo, representado na atualidade pelo crime organizado, inspira-se na própria história do país para demonstrar o seu poderio. Que o digam os líderes da facção predominante no Presídio de Pedrinhas, no Maranhão, por exemplo.
Não precisamos olhar para o Estado Islâmico para assistir à barbárie e à brutalidade.
* Diário Gaúcho