O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Edinho Silva, fez nesta quinta-feira uma defesa enfática do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, cujos diálogos em mensagens telefônicas de texto com o empreiteiro Léo Pinheiro, da construtora OAS, foram recolhidos pela Operação Lava-Jato.
Parte das mensagens aponta a negociação entre o então governador da Bahia por apoio financeiro ao candidato à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino (PT), bem como pedidos de intermediação de Wagner junto o governo federal a favor de empreiteiros.
– Onde há ilícitos governador debater com empresários? Onde há ilícito em se manter contatos com trabalhadores ou lideranças da sociedade? – indagou Edinho, que considerou como "parte da ação política" governadores e prefeitos terem relações com empresários e trabalhares para a liberação de recursos públicos.
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– Qual ocupante de cargo público, governador ou prefeito, não tem relação empresarial e qual crime existe em governador trabalhar para liberação de verbas? – emendou.
O ministro da Secom considerou que "há uma criminalização da ação política" e que "democracia é enfraquecida" ao se colocar sob suspeita essa "ação legítima" de políticos, como foi o caso do seu colega de ministério, quando governador, em dialogar com empresários.
Edinho disse que não falou com Jaques Wagner após a divulgação dos trechos das mensagens e entende que não "há nada o que defender (sobre a questão), pois não há nada errado". O titular da Secom criticou ainda vazamentos seletivos de informações, como ocorrem na Operação Lava Jato, classificando-os como "prejudiciais para investigações" – e que apenas servem para fomentar o embate político-partidário.