Onze meses após o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, anunciar a intenção de criar um fundo garantidor como opção para bancar a parcela do governo gaúcho no projeto do metrô da Capital, parece que a ideia pouco andou. Nesta segunda-feira, em nova passagem por Porto Alegre, disse que o secretário nacional e transporte e de mobilidade urbana da pasta, Dario Lopes, terá uma reunião nesta terça-feira com "a equipe do Estado" para tentar avançar nas tratativas relacionadas à obra.
Devido às dificuldades de caixa do Piratini, o fundo garantidor serviria como uma segurança financeira à empresa investidora, já que nesse formato o projeto seria tocado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). À época, cogitava-se que o fundo seria formado por ativos da União, como terrenos e ações, cobrindo a parte do Estado no projeto (R$ 1,08 bilhão). Segundo Kassab, o governo federal tenta dar um apoio a uma dificuldade que é do Estado. Toda a obra custaria R$ 4,84 bilhões.
- O Rio Grande do Sul tem dificuldade nessa contrapartida e a demora é justamente para que possamos encontrar uma solução que permita ao governo do Estado, apesar de suas dificuldades financeiras, fornecer a sua contrapartida - disse Kassab.
No Palácio Piratini, onde o ministro do PSD se encontrou com o correligionário e governador em exercício, José Paulo Dornelles Cairoli, teve ainda reuniões com a Metroplan, Corsan e prefeitos.
Da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Kassab ouviu a cobrança da liberação de recursos do Programa de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Pró-Transporte), usado para pavimentação, calçamento e sinalização de vias urbanas.
- O ministro disse que os recursos estão garantidos - assegurou o presidente da Famurs, Luiz Carlos Folador.
Segundo a Famurs, propostas de 30 municípios, no valor de R$ 61,3 milhões, foram habilitados, mas os recursos não foram liberados. Outros 110 projetos, que chegam a R$ 162 milhões, foram enquadrados, mas a União ainda não dispões de recursos para estas operações.
Kassab revelou ainda que o ministério terá este ano R$ 14 bilhões para o Minha Casa Minha Vida, sendo R$ 9 bilhões ainda para a fase 2 do programa.
METRÔ EM PORTO ALEGRE
O custo
Total: R$ 4,84 bilhões
A divisão
Governo federal: R$ 1,77 bilhão
Governo do Estado: R$ 1,08 bilhão
Iniciativa privada: R$ 1,3 bilhão
Prefeitura: R$ 690 milhões