A defesa da presidente Dilma Rousseff marcou um dos principais painéis promovidos no segundo dia da edição temática do Fórum Social Mundial (FSM), na Capital. Entre os participantes da atividade com o tópico "Democracia e desenvolvimento em tempos de golpismo e cris" estavam o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o senador Roberto Requião (PMDB-PR). Nas suas falas, ambos argumentaram que o processo de impeachment contra a presidente deve ser combatido.
– A tese do impeachment é absolutamente ridícula, porque nada mais fez o governo do que tirar o dinheiro de um caixa para colocar em outro e suprir programas sociais. E, quando a Presidência retira saldo do seu próprio caixa para manter os programas sociais, está dizendo que não há déficit – comentou Requião.
Por sua vez, Falcão garantiu que o PT vai permanecer defendendo o processo contra o atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética. Sobre a expectativa do partido para o retorno do Congresso após o recesso, ele foi enfático:
– Espero que os parlamentares se preocupem com o Brasil e ajudem o governo a se voltar para as questões econômicas em vez de precipitar uma crise política.
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A reforma tributária foi uma das demandas argumentadas na fala do presidente do PT, que questionou a falta de taxação do Imposto de Renda (IR) para jatinhos e helicópteros e defendeu a isenção para os trabalhadores. Para isso, ele defendeu a construção de uma frente popular que lute por essa bandeira. Ele também criticou Cunha, mas não citou seu nome.
– Houve um momento em que respiramos aliviados com a decisão do STF que alterou o rito do impeachment, vindo "daquele deputado" cujo mandato é preservado com contas no exterior e que acatou o pedido de impeachment sem propósito e somente por vingança. O que está em jogo hoje, e isso influi na retomada do crescimento econômico, é a questão democrática.
Conforme os organizadores, o painel reuniu cerca de mil pessoas no Auditório Araújo Vianna. Mantendo a tônica da abertura do evento, o público se manifestou diversas vezes contra o impeachment de Dilma, a favor da saída de Cunha e também contra o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), especialmente após a fala de Requião.
Nesta quinta-feira, os painéis começam às 14h, com temas como democracia, diversidade, resistências alternativas e direitos humanos. A programação ocorre no Parque da Redenção e nos auditórios Araújo Vianna e Dante Barone.