Uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou indícios de fraude em 76 mil lotes da reforma agrária distribuídos nos últimos 20 anos. O levantamento, divulgado em reportagem exibida neste domingo no programa Fantástico, da Rede Globo, mostrou que enquanto trabalhadores rurais estão há quase uma década esperando um pedaço de terra, pessoas que não têm direito ao benefício, como um professor universitário, empresários, um assessor de deputado e autoridades públicas, usufruem destes lotes doados pelo governo federal.
A reportagem percorreu os Estados de São Paulo, Acre, Tocantins e Pará e encontrou pessoas como o delegado aposentado da Polícia Federal Sérgio Paulo da Costa. Ele e a mulher são donos desde 1997 de uma destas terras destinadas a famílias que recebem até três salários mínimos. O mesmo acontece com Willians João da Silva e a esposa Elza Maria da Silva. O casal aparece na lista de assentados desde 2000, mesmo Willians tendo um salários de R$ 30 mil.
Segundo o chefe de gabinete do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra), Luiz Rodrigues de Oliveira, comprovada a irregularidade, o Incra fará a retomada dos lotes irregulares para direcionar a quem precisa.
* Zero Hora