A Construtora Camargo Corrêa, alvo da Operação Lava-Jato por cartel na Petrobras, criou um sistema inédito entre as empreiteiras para aprimoramento de controles internos da companhia. O Programa Interno de Incentivo à Colaboração (PIIC) permite a todos os seus profissionais, inclusive àqueles que já deixaram a empresa, colaborar na identificação de atos ilícitos ligados aos fatos investigados na Lava-Jato.
A medida representa um avanço estratégico da Camargo Corrêa em seu compromisso com a Justiça de eliminar qualquer resquício do modelo desmontado pela força-tarefa da Polícia Federal e da Procuradoria da República.
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A empreiteira, empenhada em desligar seu nome do maior escândalo de corrupção do país, já se havia antecipado em outra frente importante – foi a primeira citada no cartel da Petrobras a firmar acordo de leniência com o Ministério Público Federal e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo.
O PIIC oferece a possibilidade aos executivos da construtora de colaborar voluntariamente, "reportando e comprovando, diretamente a consultores especializados e independentes, sua participação em eventuais irregularidades". O prazo de adesão se encerra em 19 de fevereiro.
Em contrapartida à participação do colaborador, a Camargo Corrêa irá oferecer apoio jurídico e se compromete a não aplicar sanções de ordem legal, a que ela possa ter direitos, em decorrência dos atos praticados.
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Além disso, os participantes do programa poderão requerer as proteções previstas nos acordos de colaboração firmados com o Ministério Público Federal e com o Cade. Este benefício só poderá ser obtido mediante sua aceitação e homologação pelas autoridades competentes.
"A Construtora Camargo Corrêa reitera seu compromisso na construção e consolidação de um modelo de negócios sustentável, fundamentado na êtica, no Compliance e na Competência Técnica para seguir contribuindo com o desenvolvimento econômico e social do Brasil", destaca nota da companhia.
*Estadão Conteúdo